"La Traviata" de Verdi viaja até ao Japão

Em parceria com
"La Traviata" de Verdi viaja até ao Japão
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Há quase duas décadas que a Royal Opera House não subia a um palco japonês. Em Setembro, a companhia londrina regressou a Yokohama e Tóquio, com um leque de espectáculos que inclui o clássico La Traviata de Verdi.

A Violetta de Ermonela Jaho é uma heroína ao mesmo tempo mediterrânica e universal.

“Por trás da personagem de uma cortesã como Violetta está a personalidade de uma mulher apaixonada, um amor com um “A” maiúsculo, a quem é pedido um sacrifício com um “S” maiúsculo”, explica Ermonela Jaho.

Para o maestro Antonio Pappano, as escolhas de Violetta dão que pensar.

“A ideia de sacrifício não está muito na moda hoje em dia. Não estamos habituados a fazer sacrifícios, especialmente os jovens, que querem tudo”, considera o maestro italiano.

A digressão no Japão foi uma oportunidade para a orquestra conhecer um tipo de público diferente.

É a oitava vez que o primeiro violino Peter Manning visita a terra do Sol Nascente: “Ir à ópera é uma experiência total, passa-se a porta e entra-se num outro mundo. Se esse outro mundo se torna melhor com a energia fantástica desta sala de concerto?…bem, a energia aqui no Japão permite que isso aconteça”.

E acrescenta: É um público muito entusiasmado, muito tranquilo … os músicos gostam que haja um espaço de silêncio, eu gosto. É uma coisa maravilhosa, especial, que tem a ver com o Japão”

Para o maestro há ainda um outro tipo de silêncio.

“A coisa mais bonita em relação ao silêncio é ver uma cantora que está a pensar, e a ouvir o colega. É nesse momento que tudo se torna realmente teatro”, considera Pappano.

Para o maestro, a música não tem a ver com perfeição: “Não me interessa ver cantores a cantar no compasso perfeito com uma entoação muito boa, em pé no meio do palco como tontos, isso não me interessa”.

Em criança, Ermonela sonhava ser Maria Callas. Hoje, vive a ópera como uma terapia. É uma artista corajosa que não tem medo de correr riscos:

“É um pouco difícil manter um certo equilíbrio porque entrego-me completamente ao canto”, confessa Ermonela. E conclui: “Porquê conter-se? É um momento mágico, que eu adoro. Pode durar pouco, mas pelo menos vivi a magia até o fim!”

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

A tão amada "La Traviata" em Nova Iorque

"La Traviata": terceira obra mais encenada pelo Met em Nova Iorque

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan