Yuja Wang: a pianista dos "dedos voadores"

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Yuja Wang: a pianista dos "dedos voadores"
De  Euronews
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Chamam-lhe “dedos voadores” e ela bem merece o nome: Yuja Wang é uma pianista talentosa dotada de capacidades excecionais Aos 24 anos, é mundialmente reconhecida.

“É provavelmente um dos prelúdios de que mais gosto. Quando subo ao palco e me sento ao piano e a melodia vem… É tão sincero e tão russo… são duas páginas que se interpretam de um só fôlego. É como um grande romance russo, com muitas personagens e um enredo complicado.” Yuja Wang fala do Concerto para piano n.º 3 em ré menor, de Rachmaninov.

Esta é uma das peças mais difíceis jamais escritas para piano, já que conta com mais notas por segundo do que qualquer outra: “Musicalmente, é uma peça enorme, é como escalar a Grande Muralha da China para realmente ter uma visão geral de todo o conceito… E é tão difícil “.

Aos 24 anos, esta chinesa, que vive atualmente nos Estados Unidos, pertence à elite mundial dos pianistas. Recentemente, esteve em Madrid, para interpretar, com a Orquestra Nacional de Espanha, este concerto de Rachmaninov.

“Lembro-me que quando era mais nova, qualquer que fosse a peça que interpretava, o professor estava sempre a dizer-me para ir mais devagar. É, de facto, a minha fraqueza: quero ir sempre mais depressa. É o meu próprio nervosismo e os meus dedos só conseguem ir depressa.” Começou a tocar piano aos seis anos; tornou-se rapidamente num prodígio… e nunca mais parou.

“Creio que quando vivia na China era mais concentrada e mais disciplinada…”, diz, a rir-se. E acrescenta: Quando cheguei à América, tornei-me mais… Como sou muito curiosa – gosto da arte, da filosofia, da literatura… – acabei por dividir-me por todas essas áreas.”

A sua rapidez de movimentos valeu-lhe o cognome de “dedos voadores”. Uma agilidade digital que agradece à mãe, uma antiga bailarina. “Os meus dedos são muito finos mas têm articulações fortes. E são muito flexíveis. A minha mãe esticava-me os dedos quando eu era pequena e é por isso que tenho tanta amplitude. Na realidade, as minhas mãos não são muito grandes, mas posso fazer acordes complicados.”

Yuja Wang passa a maior parte do tempo em viagem já que dá cerca de uma centena de concertos por ano. E para cada um, estabelece um novo desafio: “Em cada concerto, tento fazer algo diferente, pensar por outro prisma…. Como dou muitos concertos, procuro não fazer sempre o mesmo e tento reinventar-me.”

(Nesta reportagem, podemos ouvir extratos do concerto para piano n.º 3 em ré menor, de Rachmaninov, interpretados por Yuja Wang.)

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