Festival Rostropovich homenageia Prokoviev

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Durante um mês, Moscovo vive o festival Rostropovich, criado para homenagear o grande violoncelista russo morto há cinco anos.

Foi no quadro deste festival, muito aplaudido pela crítica, que foi dedicada uma noite especial ao compositor Serguei Prokoviev.

A London Philarmonic Orchestra tocou sob a batuta de Vladimir Iurovski, um cidadão do mundo, como muitos outros artistas, incluindo o próprio Prokoviev: “Não se esqueçam que somos músicos e os músicos são como os ciganos. Eu nasci e fui criado na Rússia, mas tenho sangue judeu, por isso os meus antepassados vêm de outro sítio e tiveram de se adaptar.

Deixei o país aos 18 anos e tive de me habituar às condições na Alemanha. Depois trabalhei muito nos Estados Unidos, no Reino Unido, em Itália e em França. Para onde quer que vá, tento adaptar-me à maneira de viver das pessoas dos países onde trabalho, naturalmente sem perder a minha identidade. Por isso, sinto-me aquilo que sempre fui: um músico russo com educação soviética. E sinto-me bem com isso”, conta o maestro.

Tal como Iukovski e o próprio Rostropovich, também Prokoviev viveu muito tempo fora do país. Quando regressou à União Soviética nos anos 30, a relação com o regime tornou-se controversa e às vezes dolorosa: umas vezes honrado e homenageado, acabou por cair em desgraça e terminou a vida marginalizado pelo poder.

A sua música está entre as mais tocadas em todo o mundo.

“Prokoviev continua a ser um enigma para muita gente. É uma mistura de uma energia de vida incrível e um lado mais obscuro. Nesta criatura muito luminosa havia, ao mesmo tempo, um lado demoníaco, ameaçador, ligeiramente irracional. De certa forma, era muito russo nisso, embora tentasse passar por ocidental em tudo o que fazia.

Prokoviev descreveu várias partes do espírito do século XX. Era, sem dúvida, uma pessoa do seu tempo. É justo dizer que a história do último século deveria ser estudada com as partituras dele na mão”, explica Iurovski.

Nesta edição, pode ouvir excertos da cantata “Ivan o Terrível”, de Serguei Prokofiev.

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