O Cavaleiro da Rosa, de Richard Strauss, abre a temporada do Teatro del Maggio Fiorentino, em Florença. É uma história romântica, que se passa na Viena do século XVIII. Fala de um amor entre uma mulher adulta e um jovem e das diferenças que fazem deste um amor impossível.
A soprano Angela Denoke, que interpreta o papel principal, fá-lo desde os 30 anos.
“O interessante neste papel é que olhamos para ele de outra forma nas diferentes etapas da nossa vida, porque os nossos pontos vista mudam.
Agora que sou mais velha reflito mais sobre a vida e possivelmente também penso na morte, que a vida é finita. Antigamente, olhava de longe para isso, agora vejo a questão de forma mais íntima.
Mas acredito que cresci com essa capacidade e isso permite-me ir muito mais longe”, explica a cantora.
Para o maestro Zubin Mehta foi a estreia nesta ópera de Strauss:
“Não é como se não conhecesse o Cavaleiro da Rosa, como se abrisse pela primeira vez a partitura, tenho-a ouvido – diria de forma espiritual – estudado desde 1954 quando estava em Viena.
A valsa é a linguagem de Viena e nenhuma outra ópera de Strauss tinha valsas. Foi a forma que ele encontrou de se expressar. No palco, as personagens positivas ou negativas, estão sempre acompanhados pelas mais encantadoras valsas.
Tive tantas primeiras vezes. A primeira vez em Viena foi um choque cultural. A primeira vez que nevou… Acordei uma manhã e estava tudo branco.
O maior impacto que senti foi ouvir a Filarmónica de Viena na Ópera…
Não me lembro da primeira vez que ouvi música, mas foi em casa, o meu pai tocava antes de eu acordar de manhã – a música foi a minha primeira língua. Sem dúvida.
Tenho sonhos, sonho que no meu país, em Caxemira, no futuro, vão viver em completa harmonia, vão encontrar uma solução e os dois lados vão dizer juntos: vamos ser amigos e viver em comunidade. Adorava levar uma orquestra a Caxemira e ter hindus e muçulmanos a ouvirem música e a adorarem.”