Astro da classe média israelita promete mudanças no Knesset

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“Os israelitas de hoje dizem não à política de medo e de ódio. Não à opção de dividir a sociedade israelita em secções, tribos ou grupos de pressão, não ao extremismo e à antidemocracia.”

Yair Lapid surpreendeu nestas eleições e nada o vai deter.
O seu partido centrista será o segundo do Knesset e participará em todas as decisões do governo.

Apoiantes:

“Tivémos a prova de que o verdadeiro coração do país está no centro, a prova de que acreditamos mais na paz e sabemos que a classe média quer mudanças na dinâmica social.”

“Yair Lapid não avança numa sociedade fragmentada, mas numa sociedade unida. Sabe como vender um sonho e nós partilhamos esse sonho.”

Yair Lapid, de 49 anos, está longe de ser um desconhecido. Tornou-se famoso como apresentador da televisão, em 2011 anunciou a demissão para se lançar numa carreira política com que pretende alterar a situação do país.

Uma decisão que inquietou os apoiantes de Netanyahu, conscientes da popularidade do astro televisivo.
Centrista, defensor da classe média, Lapid seguiu os passos do pai, Joseph “Tommy” Lapid, também jornalista de formação e também reconvertido em político.

Lapid quer que a balança se incline para o lado das próprias convicções, nomeadamete em relação à paz com os palestinianos. É favorável à criação de dois Estados mas não está disposto a fazer concessões sobre Jerusalém.

Yair Lapid :

“Se o primeiro ministro queria negociar e tinha interlocutores válidos, devia tê-lo feito. Se o primeiro ministro quer sentar-se na mesa de negociações, é isso é que faz. E é o que eu quero tentar que faça o próximo governo, porque considero que é fundamental”

E como o pai é um crítico das mordomias dos ultraortodoxos, que, em sua opinião, a sociedade israelita não pode dar-se ao luxo de assumir.

Também afirma que não será o garante de um governo dominado pela extrema direita:

Lapid:

“Não vou aparar o jogo de um governo de extrema direita ultraortodoxo. Só participarei num governo mais moderado”

Símbolo de um país urbano, moderno, cosmopolita e laico, Lapid traz um sopro de ar fresco à política israelita.

Benjamin Netanyahu vai continuar como primeiro ministro, mas o apoio diminuiu. Que género de mensagem lhe enviou o eleitorado? Para responder, temos em duplex o analista Abraham Diskin.

Netanyahu fez da segurança nacional e do Irão prioridades. Mas as sondagens mostram que os eleitores estão mais preocupados com os assuntos económicos. Será que ele interpreta mal o ambiente no país? Terá de redefinir as prioridades?

Abraham Diskin - Não, não acredito. Para a maioria do público, o conflito israelo-palestiniano e a ameaça israelita são os principais problemas e o que temos aqui é a má opção tática de fusão do partido de Netanyahu com o partido de Lieberman, nosso antigo ministro dos Negócios Estrangeiros. penso que foi isso que deixou para trás os eleitores desiludidos de todas as frentes eleitorais, especialmente os do centro.

euronews – Nesse caso, acha que ele está a equacionar os potenciais aliados para o governo, no momento de formar uma coligação?

Abraham Diskin – Acho que sim, mesmo que tivesse tido mais votos deve pensar numa possível aliança com os centristas.
Ficou claro que o partido centrista é o mais conveniente para ele, é um partido liderado pelo jornalista Yair Lapid, “Há Futuro”; Mas os dois partidos juntos, o Likud e o Há Futuro, não têm a maioria, e vai ser muito difícil unirem-se a outros partidos do centro ou mesmo da esquerda.

Por tanto, Netanyahu e Lapid terão de decidir se querem aliar-se a um dos dois principais partidos do bloco da direita: com um ainda mais militarista do que o Likud, ou com um partido religioso relativamente moderado mas, apesar de tudo, ultraortodoxo.

euronews – Como acha que A Casa Branca interpreta estes resultados? Vão influir nas relações bilaterais, que não têm sido as melhores com Obama?

Abraham Diskin – Tenho muito boa opinião de Obama e acho que os seus valores devem ser respeitados mas, infelizmente, a atual administração fez todos os erros possíveis, quando teve de interpretar os acontecimentos no Médio Oriente.
Aconteceu durante a Primavera Árabe, vimo-lo por todo o lado, e além disso mostra um verdadeiro desconhecimento sobre o problema central do conflito com os palestinianos, em particular, e com as nações árabes em geral.

Por isso acho que há muito más linterpretações.
A paz pode ser promovida, há que pressionar Israel, mas também ser realista na hora de determinar onde está o verdadeiro problema. O verdadeiro problema não está em Israel, não está no governo israelita, mas sim no lado palestiniano.

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