Itália está ingovernável há dois meses

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A Itália continua no impasse político, dois meses depois das eleições legislativas. O bloqueio institucional é consequência do resultado do voto em finais de fevereiro, que deixou o país perante uma equação sem solução à vista: a esquerda, liderada por Pier Luigi Bersani obteve a maioria absoluta na Câmara dos Deputados, mas não no Senado, que está dividido em três blocos que se neutralizam mutuamente: o Partido Democrata, a direita de Berlusconi e o Movimento Cinco Estrelas, de Beppe Grillo. O problema é que o sistema eleitoral italiano impõe ao Governo que disponha da maioria na Câmara e no Senado.

À frente na Câmara, o líder do Partido Democrata, Pier Luigi Bersani, a quem cabe a responsabilidade de formar um governo e de encontrar um aliado para criar uma maioria viável no Parlamento. O Movimento Cinco Estrelas impõe-lhe uma negociação 100% transparente, difundida em direto…mas a tentativa fracassou:

O senador Vito Crimi confirma:

“No Senado a decisão é não dar o voto de confiança ao Partido Democrata e a um Governo liderado por Bersani e pelo PD.”

A outra alternativa é formar uma grande coligação com Berlusconi, como pretendia Il Cavaliere. O Partido Democrata mostra-se dividido sobre esta opção, e o líder, Bersani, vê-se em apuros na hora de explicar as razões políticas da oposição ao alegado “governismo”:

“Temos de explicar por que não queremos uma grande coligação, e não só dizer que não a queremos. Por não gostarmos de Berlusconi? Não é um argumento válido. Não é resposta para os problemas. E também não é apenas por as pesoas não gostarem de Berlusconi. Há diferentes problemas, e a aliança não é a solução.” Quase no final do mandato de sete anos, o presidente da República não pode convocar novas eleições para tentar desbloquear a situação. Giorgio Napolitano assiste impotente à paralisia institucional, enquanto Itália se afunda na crise económica.

Porque os grandes eleitores, encarregues de eleger um sucessor presidencial, falharam em cinco ocasiões, de novo por falta de acordo entre os três blocos políticos.

Os mais desgastados nesta batalha são Pier Luigi Bersani, que se demite, e os seus dois candidatos, entre eles Romano Prodi.

À sexta votação impôs-se a continuidade: Giorgio Napolitano aceitou um segundo mandato de sete anos, mesmo depois de ter dito que precisava de se reformar para descansar.

Na rua, os apoiantes de Beppe Grillo, gritam a revolta e denunciam “um novo arranjinho da Casta”.

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