Iranianos escolhem presidente esta sexta-feira

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De  Euronews
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A República Islâmica do Irão elege o seu presidente esta sexta-feira. O clérigo moderado Hassan Rohani conseguiu federar atrás da sua candidatura os descontentes com a linha dura do regime e apresenta-se ao eleitorado como o único candidato do campo reformador. A possibilidade de conseguir participar numa eventual segunda volta é grande se o seu eleitorado se mobilizar. Muitos consideram o voto inútil depois das presidenciais de 2009 e da repressão sangrenta que se seguiu.

No campo conservador teme-se a divisão de votos provocada pela proliferação de candidatos. O negociador-chefe do dossiê nuclear, Saïd Jalili, o presidente da câmara de Teerão, Mohamed Bagher Ghabilaf, e o antigo chefe da diplomacia iraniana, Ali Akbar Velayati, são os pretendentes mais destacados à chefia do Estado entre os conservadores, apesar de todos os candidatos serem homens do regime.

A presidência iraniana tem um poder mais simbólico do que real. Os dossiês importantes, como o programa nuclear ou o apoio ao regime sírio de Bashar al-Assad, estão nas mãos do guia supremo, o aiatola Ali Khameney.

Conservadores iranianos preferiam ter menos candidatos

Começou a contagem decrescente para as presidenciais no Irão. Todos os olhos estão postos nos possíveis sucessores de Mahmoud Ahmadinejad, que liderou durante 8 anos.

Mohammad Mohammadi, euronews – Para falar desta reta final da campanha, temos connosco Sadegh Zibakalam, Professor da Universidade de Teerão.

Nas últimas eleições, os iranianos e o regime demonstraram que podiam surpreender o mundo. Desta vez todos mantêm um perfil baixo. Pode haver surpresas em termos de participação e de resultados?

Sadegh Zibakalam – Nesta altura, já se podem dizer que houve situações muito surpreendentes.
Uma das principais surpresas, que ainda está a tomar forma, é o elevado nível de participação. Outra surpresa foi o silêncio de Ahmadinejad, apesar de muitos pensarem que ele ia intervir, depois da anulação da inscrição do seu candidato, Esfandiar Rahim-Mashaee.

euronews – Mas esse silêncio continuará?

Sadegh Zibakalam – Se chegarmos à segunda volta, não penso que ele se vai manter em silêncio. Na segunda volta ele deverá apoiar um dos candidatos conservadores, seja quem for.

euronews – Com a renúncia de um candidato reformador, parece que os moderados demonstraram que são capazes de formar uma coligação, coisa que os conservadores não conseguiram. Acredita que os conservadores correm perido por apresentarem vários candidatos?

Sadegh Zibakalam – É isso mesmo, porque alguns conservadores estão a criticar com dureza a eleição dos seus candidatos. Os conservadores questionam porque é que existe toda esta pressão em vez de se apostar tudo num só candidato.
É precisamente essa autocrítica dos conservadores neste momento que é muito significativa, sobretudo depois do acordo entre os reformistas para apoiar Rohani depois de Aref decidir renunciar à carreira presidencial.

euronews – Nas últimas semanas especulou-se sobre o candidato preferido do Líder Supremo. Quem será?

Sadegh Zibakalam – Ao conztrário das eleições de há quatro anos, e de há 8 anos, não se percebe bem quem é o favorito do Guia Supremo. Quem não é, concerteza, é Rohani nem Aref, mas ninguém pode dizer realmente que candidato conservador é o seu preferido.

euronews – O departamento de Estado norte-americano declarou que o país não apoia nenhum candidato em particular, mas à margem desta declaração eminentemente diplomática o Ocidente e os Estados Unidos têm alguma preferência?

Sadegh Zibakalam – Obviamente o Ocidente e os Estados Unidos, o grupo dos 5+1 e também o mundo árabe, incluindo os nossos vizinhos do Golfo Pérsico não são indiferentes às eleições iranianas. Porque se os conservadores, nomeadamente os mais radicais, ganharem as presidenciais, a situação continua como há oito anos. Até os iraquianos vão seguir estas eleições, apesar de fingirem o desinteresse.

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