Martin Amis: "A vida de um escritor é metade ambição, metade ansiedade"

Martin Amis: "A vida de um escritor é metade ambição, metade ansiedade"
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Tem sido apelidado de “enfant terrible” da literatura britânica e o seu bom aspeto valeu-lhe o título de “Mick Jagger da literatura”. Hoje tem 63 anos e já vai no décimo terceiro romance. O autor de “The Rachel Papers”, “Money” ou “Campos de Londres” é considerado como um dos melhores romancistas britânicos vivos.

Tivemos a oportunidade de encontrámo-lo em Lyon, no certame “Les Assises Internationales du Roman”, onde veio promover o seu último romance “Lionel Asbo”.

Um dos temas marcantes da obra de Amis é o holocausto. O romancista reconhece que para escrever uma boa história é preciso vivê-la ou interiorizá-la. “Não podemos responder de forma imediata a um evento imediato. Há um período de incubação.”

“O holocausto enquanto tema define-nos e julga-nos. Aprendemos um pouco mais sobre nós próprios quando o tentamos explicar.”

Martin Amis diz que a vida de um escritor é “metade ambição, metade ansiedade. Tem que haver os dois. Não se escreve um bom romance quando nos sentimos bem e também não escrevemos bem quando nos sentimos miseráveis. Tem de haver um pouco dos dois. É uma mistura de ansiedade e ambição e encontramos esses sentimentos a cada romance, ainda mais quando se trata de epopeias de sofrimento humano. Sinto-o tanto como quando escrevo sobre os gulags.”

Quando questionado sobre como vê a crise na Europa enquanto europeu a viver nos Estados Unidos, Amis explica que “a Europa é suficientemente resiliente e tem uma grande história, com cinco séculos de produção de ideias que formaram o mundo. Agora pode estar a haver um declínio, como em cada um dos países europeus, um declínio geo-histórico.”

Para terminar, considera que “se há alguém que quer ser imortal, é verdade que esse alguém são os escritores. Porque de facto, apenas o tempo julga a qualidade da arte e nada mais. O resto, como as críticas, etc., é retórica.”

Image credit: Maximilian Schönherr (CC)

Partilhe esta notíciaComentários