Serguei Bubka: "A técnica é o segredo para bater o recorde do mundo"

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A lenda do salto com vara, Serguei Bubka, candidatou-se à presidência do Comité Olímpico Internacional (COI). A eleição terá lugar a 10 de setembro em Buenos Aires, na Argentina. Com 49 anos, o antigo campeão olímpico e mundial é o mais novo candidato à direção do COI. Promete envolver mais os jovens no desporto, combater o doping e a corrupção. A euronews entrevistou Bubka depois de uma visita ao campo de treino olímpico em Kiev

euronews: Porque decidiu candidatar-se a presidente do COI e que mudanças quer trazer ao movimento olímpico?

Serguei Bubka (SB): “Em primeiro lugar, quero dizer que o movimento olímpico é a minha vida. Sou presidente do Comité Olímpico da Ucrânia, membro do comité executivo do COI e vice-presidente da Federação Internacional de Atletismo. O desporto é a minha vida. Fui atleta e depois tornei-me administrador na área do desporto. Desenvolvi os meus negócios e considero que todas estas experiências vão ajudar-me a assumir a liderança do COI, mas o mais importante é servir o movimento. Penso ter a energia, a paixão, a força e a experiência para o fazer. Enfrentamos hoje muitos desafios, nomeadamente com a juventude. Temos de motivar os jovens, têm de ser mais ativos, praticar mais desporto, melhorar a saúde. Hoje, vêem demasiada televisão, sentam-se à frente do computador e passam horas na internet, nas redes sociais. Se os motivarmos, não vamos perder uma geração e, claro está, temos também de combater o doping e a corrupção. É um tema muito importante, onde podemos reforçar a nossa posição, podemos unir diferentes parceiros para sermos mais fortes e termos mais sucesso.

euronews: Em tempos de austeridade, o que pensa do facto de, a cada edição, os jogos Olímpicos serem mais caros?

Serguei Bubka: “Eles não são cada vez mais caros. Temos de dividir as despesas em duas partes: os custos operacionais dos Jogos, o custo real, e os custos ligados às infraestruturas que não são apenas para os Jogos. Servem para o futuro. Quando se constroem estradas, aeroportos, diferentes instalações, tudo isso será utilizado depois dos Jogos e será o grande legado para a cidade. Claro que não devemos exagerar, temos de ter custos razoáveis, temos de selecionar bem as instalações e procurar reduzir custos. O número de participantes nos Jogos deve rondar os 10500 atletas para não trazer custos adicionais”.

eurionews: Entre as três candidaturas aos Jogos de 2020, qual é que têm mais hipóteses de vencer e porquê?

Serguei Bubka: “Se olharmos para Madrid, tem quase 80% das infraestruturas construídas. Se olharmos para Istambul, aposta num programa para os jovens e no estabelecimento de pontes entre a Europa e a Ásia, isso é muito bom. Tóquio, o Japão tem uma profunda paixão pelo desporto e uma enorme capacidade de organização. Outra das prioridades é que tudo esteja bem preparado, com antecedência e solidez. Cada cidade tem os seus pontos fortes, mas quero dizer que são todas excelentes candidaturas e saberemos muito em breve quem ficará com os Jogos”.

euronews: Como é que se sente, sabendo que ainda ninguém bateu o seu recorde?

Serguei Bubka: “Penso que irá acontecer em breve. Hoje temos um atleta francês, Renaud Lavillenie, que há pouco tempo saltou 6,02 m. Tentou bater o meu recorde. Penso que tem todas as capacidades para o fazer. Para mim o segredo está em dominar a parte técnica. A chave do sucesso no salto com vara e para novos recordes do mundo será a capacidade técnica: os atletas terão de ser fortes, bons ginastas, estáveis do ponto de vista psicológico, mas o segredo está na passagem de energia da corrida para a vara. É esta capacidade técnica que será a chave do sucesso no futuro”.

Ao longo de duas décadas de competição, que terminaram em 2001, Serguei Bubka dominou o salto com vara. Foi campeão do mundo seis vezes consecutivas, conquistou o ouro olímpico em 1988, nos Jogos de Seul e bateu o recorde do mundo do salto com vara 35 vezes, 17 ao ar livre e 18 em sala.

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