Gripe das aves poderá transmitir-se entre humanos

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Afinal, a gripe das aves poderá transmitir-se de humano para humano. A conclusão é dos cientistas do Centro de Controlo de Doenças da província de Jiangsu, na China, que publicaram um estudo a explicar que o vírus poderia ter sido transmitido pela primeira vez de pai para filha no leste da China, em março passado. O documento, que identifica a primeira transmissão “provável” entre humanos, foi publicado esta quarta-feira na revista British Medical Journal.

Segundo a AFP, o pai, de 60 anos, frequentava um mercado de aves com frequência e foi infetado pelo vírus e hospitalizado a 11 de março. Seis dias depois do último contacto com o pai, a filha, de 32 anos, ficou doente, apesar de nunca ter tido contacto com as aves. Ambos acabariam por morrer dias depois.

O vírus H7N9 transmite-se normalmente das aves para as pessoas. Este ano, na China, infectou mais de 130 pessoas e matou 43. Após uma acalmia no verão, a gripe poderá voltar a aparecer no Outono, de acordo com outro estudo publicado na revista The Lancet por um grupo de cientistas de Pequim e de Hong Kong.

Por isso, os virologistas estão determinados em encontrar uma arma para evitar a eventual transmissão humana do vírus. Esta quarta-feira, um grupo internacional de investigadores publicou uma carta nas revistas Science e Nature a propor a criação, em laboratório, de mutações no vírus, tornando-o facilmente transmissível de humano para humano e capaz de resistir aos antivirais. O objetivo é evitar uma possível pandemia deste vírus. Como? “Encontrando aquilo que faz deste agente patogénico algo potencialmente mortal para o homem e os meios para travar a sua transmissão”, explicam os cientistas.

No entanto, a proposta é controversa à luz das ameaças do bioterrorismo Em 2011, as autoridades norte-americanas tinham bloqueado a publicação dos estudos da equipa de Ron Fouchier, do Centro Médico Erasmus, em Roterdão, na Holanda, e Yoshihiro Kawaoka, da Escola de Medicina Veterinária, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. Em causa, os riscos de bioterrorismo ou a possibilidade que um vírus deste tipo pudesse escapar do laboratório.

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