Síria: Um novo Iraque?

Síria: Um novo Iraque?
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De  Euronews
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À dança dos diplomatas em redor da Síria junta-se agora a dos aviões de guerra, como aqui, na base de Incirlik, na Turquia.

Vai ou não haver um ataque? Apesar das declarações dos últimos dias, há muitas nuances que mostram que esta é uma escolha delicada.

Poderá a Síria tornar-se num novo Iraque? A questão passa pelo pensamento de todos, 10 anos depois da intervenção que tinha como objetivo trazer a paz a este país e a toda a região. Os objetivos falharam.

Também é verdade que a situação é diferente e os acontecimentos recentes na Síria são muito diferentes da situação do Iraque em 2003.

Apesar de tudo, os argumentos de então e de hoje não parecem muito diferentes. Basta comparar as palavras dos secretários de Estado de hoje e de então: “O que vemos aqui é uma acumulação de factos e de padrões de comportamento preocupantes, por parte de Saddam Hussein e do regime, que escondem os esforços para produzir novas armas de destruição em massa”, dizia Colin Powell em 2003.

Dez anos depois, o discurso de John Kerry é o seguinte: “O que vimos na Síria, na semana passada, devia chocar a consciência do mundo. É algo que não tem desculpa, apesar dos equívocos que alguns tentaram criar e é indesmentível.”

Outra comparação – Powell em 2003 dizia: “Em vez de cooperar ativamente com os inspetores, Saddam Hussein e o regime estão a fazer tudo para que os inspetores não encontrem absolutamente nada”. Em 2013, Kerry diz: “O regime sírio não quis colaborar com a investigação da ONU, usou-a apenas para perturbar os esforços para mostrar ao mundo o que aconteceu em Damasco”.

Se a opinião pública americana já digeriu a era Bush e a guerra no Iraque, a Grã-Bretanha parece bastante mais prudente e não quer repetir a aventura de há dez anos.

A situação é potencialmente explosiva e muito complicada no terreno. Se há dois anos, os rebeldes que então se revoltaram contra o regime tinham uma grande base popular, hoje esses rebeldes quase não existem.

Quem pegou no testemunho foram os extremistas e são eles que constituem hoje, em grande medida, a oposição armada ao regime. Grupos como a Al Nosra e mesmo a Al Qaeda querem manter esse poderio e levá-lo para além das fronteiras sírias.

Além disso, os aliados do regime de Assad – Irão e Hezbollah – já avisaram que, se houver um ataque à Síria, é Israel quem vai pagar.

Israel tem mantido alguma distância em relação ao problema sírio, mas a população começou a preparar-se para o pior.

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