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“Peter Grimes”… Na praia! A ópera de Benjamin Britten foi um dos principais eventos da última edição do festival que criou no final dos anos 40, em Aldeburgh, uma vila de pescadores onde o artista passou a maior parte da vida.

Benjamin Britten foi um aclamado maestro, um músico, mas acima de tudo, um dos compositores de exceção do século passado, 2013 marca seu centenário.

A personalidade do artista e a região de Suffolk estão fortemente interligadas.

Jonathan Reekie: “Há algo na sua música que reflete a costa e o mar. Uma sensação de luz e espaço nalgumas músicas. Sinto que, talvez, venha de alguém que quer estar perto do mar. É uma paisagem muito aberta, muito plana, os céus são grandes, há uma maravilhosa mudança de luz aqui. Uma espécie de simplicidade, austeridade, que é muito especial aqui.”

Enquanto a carreira de Britten como compositor e maestro se desenvolvia, o mesmo aconteceu com o festival, que evoluiu de um evento de alta qualidade, mas ainda local, para a fama internacional.

Jonathan Reekie: “Na década de 70, com o parceiro Peter Pears, perceberam que havia uma necessidade de apoiar jovens músicos profissionais. Então, o que temos aqui é um grande centro musical durante todo o ano, com jovens músicos em diferentes fases do seu desenvolvimento, vêm aqui para se inspirar, para experimentar coisas novas.”

Uma masterclass centenária, concebida para jovens músicos mas já estabelecidos, foi recentemente dedicada ao Quarteto de Cordas de Britten.

Cassandra Hamilton é a líder do Quarteto Bernadel: “Grande parte da sua escrita é tão íntima, que é preciso guardá-la connosco, antes que nos permita partilhá-la.”

“Tenho andado pela praia. É tão silencioso, é incrível, não é preciso pensar em nada, ou ouvir nada…”

Jonathan Reekie: “Fico sempre impressionado com a riqueza do seu legado: para mim o que é interessante não é apenas o fato óbvio de ter sido um grande compositor e de ter escrito música maravilhosa, mas era um promotor extraordinário. Muitas das suas ideias foram bastante radicais, à frente no seu tempo: as ideias de educação musical, bem como o papel do compositor na comunidade…Fez isso antes dos outros na Europa!”

Nos últimos compassos do Terceiro Quarteto, que Britten compôs no final da sua vida, a música congela uma “questão”, numa corda por resolver.

Cassandra Hamilton: “Acho que a questão é uma destas: existe ou não uma vida após a morte? Pessoalmente, acredito que é uma questão que nunca deve ser resolvida e eu gosto disso. É tão inesperado, mas é o que Britten faz melhor: apanhar-nos de surpresa!”

O mês de novembro de 2013 assinala o aniversário de Britten, com dezenas de eventos e atividades programadas no Reino Unido e no estrangeiro. O programa completo até março 2014 está disponível em:
www.britten100.org

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