Os novos desafios do setor energético

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De  Euronews
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A dinâmica no setor da energia está a mudar, mas como? A questão esteve em debate no fórum Kazenergy, em Astana, capital do Cazaquistão.

Nos últimos anos, a procura subiu na Ásia, nas antigas repúblicas soviéticas e Médio Oriente, e recuou na zona euro e nos Estados Unidos. A Agência Internacional de Energia estima que este ano, pela primeira vez, consumo de petróleo nos países em desenvolvimento ultrapasse o das economias industrializadas.

É neste contexto que a Ásia está a mudar de exportador a consumidor, defende o ministro cazaque da Energia, Uzakbay Karabalin: “O continente asiático, incluindo o Médio Oriente, está a tornar-se um consumidor. Tendo em conta as expectativas, e o possível nível de consumo da China e da Índia, vai tornar-se um forte e importante consumidor. Nesta situação, nós, o Cazaquistão, reconhecemos que a nossa maior responsabilidade para com a comunidade internacional é garantir um abastecimento energético estável aos nossos parceiros”.

Muda a tendência de consumo mas também a do abastecimento.

Com o esgotamento das reservas, as empresas são forçadas a procurar petróleo e gás em locais e fontes não convencionais. É o caso do gás e petróleo de xisto nos Estados Unidos, das areias betuminosas no Canadá, dos centros de exploração em águas profundas ao largo do Brasil ou do Cazaquistão.

O campo cazaque de Kazakhstan começou a produzir com oito anos de atraso. O consórcio internacional construiu ilhas artificiais em vez de plataformas, devido ao clima no norte do mar Cáspio. Os custos derraparam para 50 mil milhões de dólares. Mas um dos membros do consórcio, a francesa Total, considera os custos razoáveis.

Michael Borrel, vice-presidente da Total, explica: “Se analisar os custos totais, vê-se onde o dinheiro foi gasto, devido à complexidade técnica do projeto e as dificuldades do trabalho nas águas profundas no norte do Mar Cáspio. Agora, o nosso objetivo é aumentar a produção para o máximo da sua capacidade que se pode atingir na primeira fase e começar a ver como poderemos aumentar a produção, com projetos marginais, como a compressão adicional de injetáveis e futuras fases de desenvolvimento”.

O esgotamento das reservas e as mudanças climáticas criam novos desafios ambientais que a indústria energética não pode ignorar. Segundo Ivan Sandrea, analista da Enrst&Young, a indústria está a dirigir-se para a exploração no Ártico, nas águas profundas e para fontes não convencionais. Isso cria grandes problemas sociais, logísticos e ambientais e as companhias tentam pelo menos lidar com eles: “A indústria petrolífera está a fazer progressos para melhorar a interação com o meio ambiente e tornar a produção mais segura. Nesta atividade industrial os acidentes são um problema, mas no geral, o registo de segurança da indústria, no que diz respeito ao ambiente, melhorou ao longo dos anos e deverá continuar a melhorar”.

As petrolíferas deveriam aproveitar a oportunidade para desenvolver técnicas amigas do ambiente, afirma o vice-presidente da KazEnergy Association, Jambulat Sarsenov: “Precisamos de desenvolver novas tecnologias. A tecnologia, os métodos mais avançados que foram considerados fantásticos, estão a tornar-se reais. Devido ao elevado preço do petróleo podemos investir em projetos caros. Temos de os desenvolver agora, porque é agora o bom momento para investir e compreender como a tecnologia funciona. Se os preços caírem no futuro, a tecnologia permanecerá”.

A enviada da euronews ao fórum em Astana, Natalia Marshalkovic, acrescenta que “os novos desafios para o setor energético mundial requerem novas abordagens, sobretudo, da parte dos produtores de petróleo. Têm de reagir rapidamente aos desafios para manterem posições num mercado em mudança”.

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