Acordo sobre o nuclear poderá "suavizar" relações Irão/EUA

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Chegou o momento da verdade no que respeita ao programa nuclear do Irão. Uma nova ronda de negociações vai decorrer em Genebra, na Suíça, depois do recém-eleito presidente Hassan Rouhani ter garantido que quer um novo acordo com o Ocidente.

Mas estas promessas têm sido temperadas pelo principal negociador iraniano, realçando que o desenvolvimento de tecnologia nuclear para fins civis vai continuar e que há condições inegociáveis.

“Não vamos permitir que o enriquecimento de urânio seja suspenso, nem sequer por um dia. A operação de enriquecimento do urânio em si não é negociável, mas podemos negociar a sua extensão. O envio do urânio enriquecido para o exterior também é uma linha vermelha. Por várias razões, não estamos dispostos a enviar um grama que seja de urânio para fora do Irão”, disse Abbas Araghchi.

Uma melhor relação com o Ocidente e o levantamento das sanções sobre o país devido ao programa nuclear foram as principais promessas de Hassan Rouhani durante a campanha eleitoral. A população iraniana sofre com uma descontrolada taxa de inflação e falta de produtos básicos.

Na primeira visita à assembleia-geral das Nações Unidas, em Setembro, o Presidente do Irão disse à comunidade internacional que estava decidido a chegar a um compromisso com o chamado grupo 5+1, composto pelos Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia, China e Alemanha.

Para discutir o assunto em maior profundidade, a correspondente da euronews em Bruxelas, Fariba Mavaddat, entrevistou Naser Hadian,professor de Relações Internacionais na Universidade de Teerão.

“Estou otimista sobre um acordo sobre o programa nuclear iraniano, mas infelizmente não estou tão otimista no que respeita às relações do Irão com os Estado Unidos da América (EUA). Amaldiçoar um país não custa nada, mas trabalhar para um melhor relacionamento entre os países já é algo que custa muito, sobretudo quando se deseja realmente melhorar esse relacionamento”, disse o académico.

“Mas não descarto que o acordo sobre o problema nuclear possa ter um efeito suavizador nas relações Irão/EUA. Isso pode gerar uma atmosfera com um dinamismo próprio, que leve a um melhor relacionamento do que aquele que temos agora”, acrescentou Naser Hadian.

(veja a entrevista na íntegra em vídeo)

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