Inovação em tempos de crise

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O mercado global está em mudança. Como pode a política de inovação crescer em período de crise? Este foi um dos principais temas discutidos no segundo fórum “Open Innovation” realizado em Moscovo no final da semana passada.

Quais são as competências que distinguem os inovadores? Bob Metcalfe, co-inventor da ethernet e professor de Inovação na Universidade do Texas, em Austin, responde:

“Para mim o principal diferenciador da inovação é: aprender com os clientes, escutar atentamente. É o que ensinamos nas nossas aulas de gestão de empresas. O mais importante é sair, sair do escritório, e escutar os seus clientes.”

Escutar os clientes é particularmente importante em período de crise, quando há uma queda da procura e a concorrência aumenta. E é geralmente quando se atravessa um período difícil, como recorda Peter Lindholm, do Banco Mundial, que a necessidade aguça o engenho:

“Os períodos de crise são também os melhores para inovar. Quando todos tentam sobreviver, aqueles que investiram em inovação podem crescer bastante quando a crise chega ao fim. Quando se tem dinheiro é nesta altura que se deve investir mais em inovação. Por outro lado, as condições são mais favoráveis porque quando se é um feliz líder de mercado geralmente não se olha para a inovação mas quando a sobrevivência está em causa é preciso encontrar soluções.”

Será este o caso da Rússia? O primeiro-ministro Dmitry Medvedev assegura que o governo está empenhado no apoio à pesquisa e à inovação. No entanto, um relatório sobre a implementação da política de inovação no país, publicado em abril, afirma que cerca de 60 por cento da população não vê nenhuma mudança apesar do investimento público na ciência ter crescido dez vezes entre 2001 e 2010, até atingir os 5,4 milhões de euros.

O governo russo reafirma o empenho na inovação apesar das rendas geradas pela exploração de hidrocarbonetos:

Oleg Fomichev, vice-ministro do Desenvolvimento Económico:

“É verdade que pode ser mais difícil para um país apostar em inovação quando tem uma fonte permanente de dinheiro, nas exportações de gás e petróleo. Mas isso não quer dizer que não temos inovação. Primeiro, o setor precisa de mais inovação do que nunca, e em segundo, o país tem muitos setores que não estão ligados à produção de hidrocarbonetos e que trabalham diretamente nos mercados globais. É o caso das tecnologias de informação que registaram um crescimento de dois dígitos nos últimos dois anos.”

Há 20 anos o setor das tecnologias de informação transformou a economia finlandesa. O país respondeu à recessão do início dos anos 90 com investimento público na educação, pesquisa e desenvolvimento, e em clusters inovadores. A mais recente crise e o mercado global colocaram o país perante novos desafios. Por exemplo, a Nokia teve que vender a unidade de telemóveis e perdeu milhares de postos de trabalho.

Mas Pekka Soini, presidente-executivo da agência finlandesa para o financiamento da tecnologia e da inovação (TEKES), acredita que a crise da Nokia é uma oportunidade para a companhia e para o país:

“A Nokia reduziu muitos postos de trabalho em Pesquisa e Desenvolvimento. As pessoas que trabalhavam na área, cerca de 10 mil, viraram-se para algo novo, criaram as suas empresas e trouxeram as competências em tecnologias de informação para outras indústrias. Penso que se trata de uma grande oportunidade para transformar novamente a Finlândia em algo novo.”

“Em períodos de crise, a inovação, quer para as empresas quer para os Estados, não é uma despesa desnecessária, trata-se de uma forma de sobrevivência. Como disse Bill Gates, há muitos anos, a questão é: “inovar ou morrer!”“ – Natalia Marshalkovich, euronews, Moscovo.

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