Moldávia quer entrar na União Europeia

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A Moldávia precisa de modernidade e por isso, este domingo, milhares de cidadãos apoiaram os líderes políticos numa grandiosa manifestação de apoio ao processo de aproximação da União Europeia:

Nicolae Timopht , presidente da Moldávia explicou ao público:

“A integração europeia representa uma oportunidade de reconstruir a nossa economia , melhorar a qualidade de vida e garantir a prosperidade de todos os cidadãos, construir uma sociedade com uma visão mais ampla. É algo tão bom para nós, pessoalmente, com segurança e liberdade de todos, assim como com a livre circulação de bens e, em geral, modernização e civilização do nosso país.”

Em finais de novembro, realiza-se, em Vilnius, a cimeira da parceria oriental A assinatura do acordo desta parceria inclui o estabelecimento de uma zona de comércio livre entre a UE e os países da ex-União Soviética, incluindo a Moldáva , apesar das profundas reservas da Rússia.

A Moldávia é uma ex-república soviética, encravada entre a Ucrânia e a Roménia. Tem cerca de três milhões e meio de habitantes, dos quais um terço fala moldavo, uma língua muito semelhante à romena.

Este é um dos países mais pobres do continente europeu, com um PIB per capita de apenas 2.500 € por ano. A vizinha Roménia, que está no fim da lista da União Europeia , consegue ter 6700 € per capita.

Nadejda, por exemplo, tem 43 anos e cinco filhos. Vive com 50 € por mês. Para ela, a única saída é emigrar, tal como mais de 500 mil moldavos que vivem no estrangeiro. As remessas da diáspora representam um quarto do PIB do país, 40% da população, de 25 e 40 anos emigrou, o que dificulta o desenvolvimento e a modernização .

Outro problema para a Moldávia ainda é o conflito não resolvido com a região separatista da Transnístria, localizada na margem esquerda do rio Dniester, habitada por e cidadãos com expressão linguística ucraniana e russa. Em 1990 , a região declarou a independência da Moldávia. As tropas russas ainda estão presentes, mas nenhum país reconheceu ali um Estado soberano.

Paul MacDowell, da euronews, entrevista, a propósito, o primeiro-ministro da Moldávia, Iurie Leanca.

euronews – Que tipo de mensagem a Moldávia está a enviar para Bruxelas?

Iurie Leanca – A manifestação de ontem em Chisinau, onde estiveram dezenas de milhares de cidadãos da Moldávia constituiu, provavelmente, o mais importante progresso que se fez no país desde a independência, em 1991. Foi organizada por partidos políticos que representam a coligação no governo com o objetivo de enviar uma mensagem clara, não só para Bruxelas, mas para todos os nossos vizinhos, sociedade civil e para a oposição da Moldávia. A maioria dos moldavos compreende que, para alcançar o desenvolvimento, para completar os esforços para construir uma democracia pró-europeia, a única possibilidade é a de seguir o caminho da integração europeia, partilhar os mesmos valores, os mesmos padrões e os mesmos princípios adotados nos países da União Europeia.

euronews – Que mensagem o senhor primeiro-ministro quer transmitir à Rússia? Afirma que este anseio político não é contra ninguém mas é a favor da integração na Europa. A Rússia está a observar com grande interesse … que tem a dizer a Moscovo?

I. Leanca – Desde o início da evolução do poder, em setembro de 2009, temos a mesma mensagem para Moscovo e Bruxelas: a nossa opção fundamental, a prioridade da nossa política externa e interna, é a integração europeia. O objetivo das nossas prioridades políticas, não foi dúbio ou enganoso para os nossos amigos e parceiros, seja a Oriente ou Ocidente.

O que repetimos, também, é que o caminho para a integração europeia e os nossos objetivos da modernização não constituem oposição direta em relação a qualquer outro país. Pelo contrário, acreditamos que ao tornar a Moldávia um país mais estável e, o que é muito importante, um país previsível, os nossos amigos, a Ocidente e a Oriente, também vão beneficiar.

euronews – Então, se para a Moldávia é uma vitória, o que é que a europa ganha com isso? O que oferece como contrapartida?

Leanca – A entrada da Moldávia também pode trazer benefícios para a União Europeia. Não apenas pela qualidade do seu vinho e da sua comida…. mas pelo trabalho conjunto que pode ser feito na expansão da área de estabilidade e de prosperidade no sudeste da Europa. Neste sentido, também queremos mostrar aos outros países, os países da aliança a Leste, os antigos países da União Soviética, que fizémos os trabalhos de casa e que vamos continuar a fazê-los – a União Europeia reconhece os progressos e lida com eles devidamente.
O futuro feliz dos moldavos, da sociedade moldava, está perfeitamente ligado à aproximação da Europa, à integração na UE – numa perspetiva de curto prazo – com integração política da República da Moldávia, muito importante para o seu futuro.
Precisamos de nos concentrar na reforma da justiça, na Procuradoria-Geral da República, na luta contra a corrupção e na construção de inabaláveis instituições moldavas.

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