Dudamel conduz centenário da Konzerthaus de Viena

Em parceria com
Dudamel conduz centenário da Konzerthaus de Viena
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A prestigiada Konzerthaus, de Viena, está a celebrar 100 anos de existência. Símbolo de “art nouveau”, a sala austríaca teve direito a grandiosa festa, com convidados ilustres no programa do centenário. Nesta edição de Música, recordamos a atuação numa das noites de celebração de uma das melhores orquestras do Mundo, a Filarmónica de Viena, conduzida pelo carismático Gustavo Dudamel.

Em declarações à euronews, o maestro venezuelano, de 32 anos, destacou a forma como a Konzerthaus de Viena sempre procurou combinar a tradição com estilos de música inovadores. “É um dos teatros de maior tradição no mundo. Representa, aliás, a profunda tradição e a elegância do que é Viena e do que é a arte musical nesta cidade. Em particular, a arte musical que aqui hoje se faz”, afirmou Dudamel, referindo-se ao espetáculo que iria dirigir.

Património da Humanidade para a UNESCO, a Nona Sinfonia de Beethoven é uma das melhores peças de música alguma vez escritas. A obra é também revolucionária pelo uso que faz de solistas vocais e de um coro no derradeiro movimento, onde é entoado o “Hino à Alegria”, um poema do alemão Friedrich Schiller, popularmente reconhecido como o hino da União Europeia.

“Beethoven é um compositor de extrema beleza, mas também, de certa maneira, violento. Por exemplo, no que escreveu. Quando se olha para os manuscritos dele, é maravilhoso podermos desvendar o que lhe ia na mente, que era única e labiríntica. Como se fossem vários labirintos que se oprimiam”, defendeu Dudamel, que “nesta Nona Sinfonia” consegue distinguir “as articulações e as dinâmicas a acompanhar o texto”. “No final, através da música e desse poema de Schiller no ‘Hino à Alegria’, (a sinfonia) surge como um grito contundente que Beethoven queria dar ao mundo para que nos unamos como irmãos cada vez mais.”

O venezuelano vai ainda mais longe na definição de alegria, que descreve como “harmonia, beleza e fraternidade”. “Não há nada mais bonito do que partilhar. Sempre que se partilha, há alegria. Se partilharmos em harmonia ou irmandade, contemplando a beleza, isso é para mim a alegria”, assumiu antes de concluir que “a Nona Sinfonia é como símbolo da Humanidade ou um símbolo humanista no nosso Mundo.”

A abertura ao público da Konzerthaus de Viena aconteceu a 19 de outubro de 1913. O programa da noite de inauguração, que foi presenciada pelo Imperador Franz Joseph I, contou com um concerto da orquestra Wiener Concertverein, que interpretou, primeiro, uma peça na altura contemporânea, que havia sido encomendada a Richard Strauss; depois, a mítica Nona Sinfonia de Beethoven.

Um século depois, na mesma noite de 19 de outubro, o mundialmente reconhecido maestro venezuelano Gustavo Dudamel foi o ilustre convidado da Konzerthaus para dirigir a Filarmónica de Viena, para nova reinterpretação da Nona Sinfonia de Beethoven. Um espetáculo especial a assinalar 100 anos de atividade deste centro cultural austríaco e que teve direito a bis na noite seguinte.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Talentoso jovem maestro ganha Prémio Herbert von Karajan

Prémio Herbert von Karajan para Jovens Maestros: uma experiência emocionante

"Champion", a vida do pugilista Emile Griffith numa ópera-jazz