Um chinês foi resgatado das águas territoriais das Senkaku/Diaoyu após ter tentado aterrar, com um balão aerostático, nas ilhas administradas por Tóquio, mas cuja soberania é reivindicada por Pequim.
Segundo o serviço de guarda costeira do Japão, o homem, resgatado esta quarta-feira, que se identificou como um cozinheiro de 35 anos, revelou que largou de balão da província chinesa de Fujian na manhã do mesmo dia, com a intenção de alcançar a ilha de Uotsuri, que integra o arquipélago Senkaku/Diaoyu.
A guarda costeira da cidade de Naha (sul do Japão) enviou barcos patrulha e um helicóptero para a zona depois de ter recebido um pedido emitido pelas autoridades de Taiwan para que procurassem por um homem desaparecido, detalhou a agência Kyodo.
O homem e o balão foram encontrados duas horas depois, a aproximadamente 22 quilómetros a sul da ilha de Uotsuri.
As autoridades japonesas decidiram não avançar com qualquer acusação contra o cidadão chinês por ter entrado nas suas águas territoriais, dado que não foi possível determinar o ponto exato em que o balão caiu no mar.
Horas depois da operação de busca, o homem foi entregue a uma patrulha chinesa que agradeceu o resgate através de uma mensagem de rádio, de acordo com a guarda costeira.
Esta é apenas mais uma acha na fogueira que faz arder os ânimos de japoneses e chineses quanto à disputa territorial das ilhas.
Há cerca de um mês, o Japão anunciou ao mundo a mudança de política de defesa e adoção de novos princípios constitucionais mais adequados à situação atual do mundo.
O primeiro-ministro Shinzo Abe ordenou a revisão na política de defesa depois de retornar ao cargo, em dezembro do ano passado, prometendo fortalecer os militares e ampliar o papel do Japão na segurança global.
O novo plano de reforço militar e as medidas de defesa foram anunciados depois da declaração da China, em novembro, da criação de uma nova zona de identificação de defesa aérea que inclui as ilhas disputadas, o que provocou protestos em Tóquio, bem como em Washington e Seul.
Citando preocupações do Japão com o que define como “tentativas da China de mudar o status quo pelo uso da força”, a diretiva diz que o Japão “vai responder calma e firmemente à rápida expansão e estabelecimento de atividades aéreas e marítimas da China”.
Numa amostra das tensões entre a segunda e a terceira maior economia do mundo, o ministério de Relações Externas da China disse que o país não é uma ameaça para nenhuma nação e que está acompanhando as iniciativas do Japão.