The Corner: Trio português em vantagem na Liga dos Campeões

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O Real Madrid é a única equipa destacada neste momento na corrida à final de Lisboa da Liga dos Campões. Com Cristiano Ronaldo, Pepe e Fábio Coentrão no “onze”, foi com um único golo do francês Karim Benzema que os “merengues” derrotaram em casa o atual campeão europeu Bayern Munique, naquela que foi o único jogo em que o marcador funcionou na primeira mão das meias-finais da prova dos “milhões.”

Na outra partida, o Chelsea, de José Mourinho, empatou a zero na visita ao Atlético de Madrid, num duelo entre as duas melhores defesas dos respetivos campeonatos nacionais, a “Premier League” e a “La Liga”. Há 40 anos que os “colchoneros” não chegavam às meias-finais da principal prova de clubes. A pressão, por isso, é grande para que o clube repita também a qualificação de então para a final.

Foi, curiosamente, também diante de um adversário britânico, no caso o Celtic de Glasgow, que o Atlético, então com um avançado de nome Luís Aragonés (o homem que conduziu a Espanha em 2008 ao primeiro título internacional: o Europeu), celebrou. Depois de também ter averbado um nulo na primeira mão, mas na Escócia, no reencontro, em Madrid, em pleno 24 de abril de 1974, véspera da revolução dos cravos em Portugal, os espanhóis venceram, por 2-0.

A final viria a ser diante do Bayern de Munique, num duelo que pode ser igualmente reeditado esta época, no Estádio da Luz, e que há 40 anos, no Estádio de Heysel, em Bruxelas, teve de ser decidido numa finalíssima um segundo jogo – em que os germânicos foram mais fortes: goleada por 4-0, depois de um empate a um golo no prolongamento da final jogada dois dias antes.

História à parte, repetir a final ainda está longe para os “rojiblancos”. Com o português Tiago no banco, o Atlético de Madrid dominou o Chelsea, mas não conseguiu ultrapassar a teia defensiva preparada por José Mourinho para parar a forte frente de ataque “colchonera”. E, agora, não só os “blues” como também os “rojiblancos” estão obrigados a marcar em Londres para passar à final de Lisboa. O fator casa, claro, faz pender o favoritismo para os ingleses, mas… tudo pode acontecer.

José Mourinho não tem dúvidas: “É um adversário muito difícil, uma equipa muito física. É fantástica na armação do ataque e nas bolas paradas. Para para-los como fizemos, e sem que o Mark Schwarzer (o guarda-redes, que teve de substituir aos 18’ o lesionado Petr Cech) tenha sido a figura do jogo – que não foi -, penso que foi um bom jogo da nossa parte. A equipa defendeu muito bem.”

Diego Simeone, por outro lado, deixou no final desta primeira mão uma espécie de aviso a Mourinho: “Sabíamos como viria jogar o Chelsea, mas não fomos capazes de ultrapassar a teia defensiva que nos montaram. Eles defenderam muito bem e, com isso, deixaram a eliminatória em aberto. Muita coisa pode acontecer. Vamos ver na próxima semana se este nulo foi bom para eles ou se, por outro lado, foi bom para nós.”

Guardiola e as pernas do Real Madrid
O Real Madrid anda há 11 anos à procura da décima Taça dos Campeões Europeus – “La decima”. A última conquistada foi em 2012, diante do Bayer Leverkusen, no ponto alto do projeto galáctico de Florentino Perez, então com estrelas como Luís Figo e Zinedine Zidane como cabeças de cartaz. Desta vez, outro português, Cristiano Ronaldo, está em destaque como melhor do Mundo e a seu lado surge Gareth Bale, ambos, tal como “Zizou” e Figo à altura, os dois futebolistas mais caros do Mundo da atualidade.

Tendo afastado o arqui-rival Barcelona há 12 anos, desta feita, pela frente, nas meias-finais, os “merengues” tiveram o campeão europeu, o Bayern de Munique, agora orientado pelo espanhol Pep Guardiola, treinador cujas equipas anteriores – leia-se, o Barcelona – nunca haviam perdido no Santiago Bernabéu.

Depois de algumas semanas de incerteza, por lesão, e tal como desejou o treinador adversário, Cristiano Ronaldo surgiu no “onze”, mas o galês Gareth Bale, que padeceu de um surto gripal e uma gastroenterite nos dias anteriores, começou no banco. Os internacionais portugueses Pepe e Fábio Coentrão foram, igualmente, titulares e viriam a ser decisivos.

Conhecedor das preferências de Guardiola pela posse de bola sem descurar a ofensiva, Carlo Ancelotti preparou os “blancos” para jogar em contra-ataque, a arma mais letal dos espanhóis. Resultou. Num contragolpe iniciado após um grande corte de Pepe, a evitar o golo dos alemães, o Real Madrid desenhou uma jogada rápida com a bola a passar por Cristiano Ronaldo, que lançou Fábio Coentrão pela meia esquerda, nas costas da defesa germânica, para o esquerdino ex-Benfica servir em bandeja de ouro Karim Benzema. O francês só teve de encostar e, como se fosse uma simples tacada à boca de um buraco no golfe, assinou o único golo do jogo.

Para Ancelotti, “a primeira parte foi fantástica”: “Tivemos três ou quatro oportunidades claras porque, a jogar em contra-ataque, esta equipa é extraordinária. É normal jogar-se em contra-ataque contra o Bayern e defendermo-nos bem. Penso que o conseguimos fazer durante grande parte do jogo e quanto melhor defendermos mais à frente, melhor para a nossa equipa.”

Do outro lado, após a primeira derrota como treinador no Bernabéu, Guardiola explicou porque, em especial neste jogo, prefere controlar a bola a atacar de forma mais rápida: “A partir do momento em que não queres a posse de bola, tens um jogo de área a área, em constantes contra-ataques. Por vezes, dizem que no futebol temos de ser mais verticais, mas quanto mais rápido a bola vai (para o ataque), mas rápido ela volta (no contra-ataque) e, nessa forma de jogar, o Real Madrid é imparável. É a melhor equipa do Mundo a jogar em contra-ataque, tem muitas pernas e (os jogadores) são todos atletas. São futebolistas, mas acima de tudo são atletas.”

Esta foi a oitava vitória consecutiva dos “merengues”, em casa, a contar para a Liga dos Campeões. O Real Madrid está em vantagem na “corrida” à final de Lisboa, mas nada está decidido. Falta a segunda mão em Munique, onde há um ano, também nas meias-finais, o Bayern goleou o Barcelona, por 4-0.

Jogos da segunda-mão:
29 de abril, terça-feira: Bayern Munique-Real Madrid (0-1)
30 de abril, quarta-feira: Chelsea-Atlético de Madrid (0-0)

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