Brasil 2014: Golo caído do céu mantém Portugal ligado à máquina

Brasil 2014: Golo caído do céu mantém Portugal ligado à máquina
De  Bruno Sousa
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
PUBLICIDADE

Portugal ainda sonha com o apuramento para os oitavos-de-final depois de um empate frente aos Estados Unidos. Silvestre Varela evitou a eliminação com um golo tardio e quando já se festejava o apuramento dos norte-americanos nas bancadas da Arena Amazónia.

No entanto dificilmente o sonho se tornará em realidade. A última jornada do grupo G coloca frente a frente Alemanha e Estados Unidos, um encontro em que um empate serve às mil maravilhas para ambas as equipas.

Todos sabemos no que isto costuma dar mas antes de apontarmos o dedo, convém recordar o nulo entre Portugal e Brasil, há quatro anos na África do Sul e que permitiu a ambas as equipas seguirem em frente. Na altura, ninguém pareceu importar-se com isso.

Quanto ao jogo propriamente dito, Portugal esteve melhor que no encontro de estreia frente à Alemanha. Pior era difícil, é certo, mas quando Nani abriu o ativo logo aos cinco minutos milhões de portugueses respiraram de alívio. Estava feito o mais difícil. A Alemanha não tinha passado de um pesadelo.

Infelizmente esses mesmos milhões de portugueses também esperavam que Portugal embalasse para uma grande exibição e isso pura e simplesmente não aconteceu.

Os pecados da equipa das quinas

Hélder Postiga saiu com uma lesão muscular ainda antes do quarto de hora de jogo e tantas lesões musculares na equipa não podem ser apenas azar.

O lado esquerdo da defesa portuguesa foi uma via rápida constante para os norte-americanos. Sem Fábio Coentrão foi André Almeida o escolhido mas parece não ter convencido Paulo Bento. Após o descanso deu lugar a Miguel Veloso.

Ambos tentaram “remendar” o melhor que conseguiram mas era uma tarefa ingrata para um homem só. O buraco no lado esquerdo da defesa é um problema que não se resume a quem é o lateral titular. Está já no ADN da equipa.

Também o meio campo esteve muito macio. Os Estados Unidos fartaram-se de testar Beto com remates de meia distância. Tantas vezes o cântaro foi à fonte que foi de fora da área que chegaram à igualdade, já no segundo tempo.

Jermaine Jones, na sequência de um pontapé de canto, atirou a contar.

Antes, porém, Portugal teve duas oportunidades soberanas para fazer o 2-0, quiçá matar o encontro. A fechar o primeiro tempo, Nani rematou de longe ao poste, na recarga Éder obrigou Tim Howard à defesa da noite.

Já no segundo tempo, Cristiano Ronaldo, isolado, teve um remate perfeitamente desastrado. Dois minutos depois, chegou o empate. Até podia ter acontecido antes mas Ricardo Costa cortou sobre a linha um remate de Michael Bradley.

Portugal reagiu bem. A entrada de William deu qualidade ao meio campo, oportunidades de golo é que nem vê-las.

Já os Estados Unidos não se fizeram rogados. Aproveitando mais uma falha coletiva da defesa portuguesa, Clint Dempsey aproveitou da melhor forma um cruzamento de Zusi e de barriga colocou os norte-americanos em vantagem.

Quinze minutos fora do mundial

Faltavam dez minutos para os noventa. Portugal baixou os braços, deixou de acreditar. Limitou-se ao costumeiro chuveirinho. Sem ideias, sem futebol, sem esperança.

Quando já se aguardava o apito final, no meio de tantas bolas despejadas para a área surgiu um cruzamento com conta, peso e medida. Silvestre Varela vestiu a pela de salvador da pátria, no último de cinco minutos de descontos, e evitou que Portugal fosse (já) eliminado.

PUBLICIDADE

A sina lusitana obrigar-nos-á a vencer o Gana e esperar pelo desfecho do Alemanha-Estados Unidos. Matematicamente até pode haver hipóteses de seguir em frente, esperança é que já não há.

Equipas
Portugal: Beto, João Pereira, Ricardo Costa, Bruno Alves, André Almeida (William Carvalho), João Moutinho, Miguel Veloso, Raul Meireles (Varela), Nani, Hélder Postiga (Éder), Cristiano Ronaldo

Estados Unidos: Tim Howard, Johnson, Geoff Cameron, Matt Besler, Beasley, Beckerman, Bedoya (Yedlin), Jermaine Jones, Bradley, Graham Zusi (Omar Gonzalez), Clint Dempsey (Chris Wondolowski )

Árbitro: Néstor Pitana (Arg)
Assistentes: Hernán Maidana (Arg), Juan Pablo Belatti (Arg)
Quarto árbitro: Walter López (Gua)

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Recuperados dois corpos nos escombros da ponte de Baltimore

Jornalista americano Evan Gershkovich está detido há um ano na Rússia

Polícia teve 90 segundos para parar o tráfego na maior ponte de Baltimore, antes do embate