Escócia e Catalunha: O tiro pela culatra da política europeia?

Escócia e Catalunha: O tiro pela culatra da política europeia?
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De  Euronews
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O separatismo está na ordem do dia na União Europeia. O referendo sobre a independência da Escócia pode produzir consequências muito vastas. A Catalunha também prepara uma consulta popular, que o governo espanhol considera ilegal, no meio de escândalos em torno do pai do movimento nacionalista. As mesmas pretensões ecoam noutras partes da Europa, desde a Flandres, até ao País Basco, o Tirol do Sul ou a Transilvânia. Estará o apoio europeu às políticas regionais a alimentar este afastamento? Um dos principais argumentos dos independentistas é o controlo das próprias receitas fiscais.

Nesta edição do The Network, convidámos Ian Hudgton, eurodeputado britânico e presidente do Partido Nacional Escocês; Josep Maria Terricabras, eurodeputado espanhol, da Catalunha, e presidente do grupo parlamentar Aliança Livre Europeia; e Vivien Pertusot, responsável pelo “think tank” Instituto Francês para as Relações Internacionais.

Ian Hudgton salientou que a Escócia “pretende apenas ser um país normal, poder exercer os direitos políticos tal como os outros países fazem. Nas últimas décadas, a Escócia tem sido governada por partidos nos quais não votou. Uma das conquistas democráticas da independência é justamente colocar um ponto final nisso, permitindo-nos utilizar os nossos vastos recursos, tomar as nossas decisões políticas, e podermos representar-nos da melhor forma possível.”

Já Terricabras realçou que também a Catalunha tem direito a organizar uma consulta popular, porque “se o argumento for que o referendo não é legal, não é verdade porque respeita a lei do parlamento catalão. Se o parlamento catalão age dentro da legalidade, faz leis, porque é que o referendo há-de ser ilegal? É-o para as leis espanholas, mas não para as catalãs.”

Vivien Pertusot afirma que o incremento das políticas regionais europeias foi “provavelmente, vítima do seu próprio sucesso. Nalgumas regiões onde a política interna é mais relevante, e a Escócia é um bom exemplo disso, a política regional europeia… Não sei se lhe saiu o tiro pelo culatra, mas sim foi vítima do próprio sucesso. Noutros países onde o governo central é mais sólido, as regiões ficaram mais fortalecidas, mas sem as consequências que se verificam na Escócia.”

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