Entrevista a Yuriy Lutsenko, líder do bloco de Petro Poroshenko

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A Ucrânia que foi às urnas este domingo e votou esmagadoramente nas forças pró-ocidentais e nacionalistas. O Partido Comunista fica fora do Parlamento, por não ter atingido a fasquia dos cinco por cento.
O bloco do presidente Petro Poroshenko e o partido do primeiro-ministro, Arseni Iatseniuk, foram os mais votados. As duas forças políticas preparam agora uma grande coligação, a que se devem juntar forças mais pequenas.

Para compreender melhor o resultado das legislativas antecipadas na Ucrânia, entrevistamos Yuriy Lutsenko.

Dmytro Polonsky, Euronews – O seu partido vai obter a maioria dos lugares. Com quem se vai aliar?

Yuriy Lutsenko, bloco de Petro Poroshenko – A nossa vitória tal, como a vitória de outros partidos de Maidan, dá à Ucrânia a hipótese de implementar reformas rápidas que, infelizmente, foram ignoradas durante muitos anos. Por isso a primeira coisa que vamos fazer é oferecer aos nossos colegas um acordo de coligação com um calendário para implementar dezenas de reformas necessárias para a integração europeia da Ucrânia. Será mais sobre o andamento das reformas do que a distribuição de pastas e portefólios ministeriais. É crucial sermos capazes de tomar decisões importantes muito rapidamente, como uma equipa. Por isso dizemos pata esquecer a vitória – quem ficou em primeiro, ou em segundo. Queremos uma grande equipa ucraniana que avance para a União Europeia.

Dmytro Polonsky, Euronews – O bloco de Petro Poroshenko já disse que o rascunho do acordo de coligação está quase pronto. Pode dar-nos mais detalhes?

Yuriy Lutsenko – São necessárias tantas reformas, que temos de avançar em muitas direções.
Reformar a justiça, o sistema de impostos, as forças de segurança, o sistema de governo local, os serviços públicos.
Estamos a falar de arrasar o velho sistema soviético e construir alicerces fortes para a futura casa europeia.
A mensagem dos eleitores foi clara – colocaram o partido do presidente na liderança, apoiando o rumo em direção à União Europeia.
Os eleitores também deram um voto de confiança ao primeiro-ministro Iatsenyuk e ao seu partido e levaram para o Parlamento o novo partido dos ativistas de Maidan.
Este partido será um estímulo forte para que os velhos partidos implementem reformas pró-europeias, rápidas e radicais

Dmytro Polonsky, Euronews – Será expectável que depois de serem anunciados os resultados eleitorais, o acordo de cessar-fogo seja abandonado porque as forças governamentais não podem responder adequadamente aos ataques dos separatistas?

Yuriy Lutsenko – Respeitamos integralmente todas as condições do acordo de cessar-fogo, mas quando as nossas posições forem atacadas responderemos. Queremos paz, e tendo em conta o apoio e a solidariedade internacional com a Ucrânia, há hipótese de paz.
Há grandes expectativas de que a Rússia seja, de qualquer modo, forçada a respeitar as suas promessas e obrigações constantes no acordo. Isso permitirá libertar solo ucraniano com menos derramamento de sangue.
Mas, também dizemos aberta e honestamente que aproveitamos o cessar-fogo para modernizar e fortalecer as forças armadas ucranianas. Claro que queremos menos sangue e resultados rápidos. Os eleitores apoiaram a abordagem cuidadosa e sensível. Os partidos que defendiam um ataque geral às cidades, perderam as eleições. Tiveram menos votos do que contavam. Pelo contrário, todos os “partidos de paz”, tiveram maior apoio.

Dmytro Polonsky, Euronews – Falemos de mudanças. Mencionou antes que os chefes das agências de defesa da lei deviam ser demitidos depois das eleições. Referia-se ao Procurador-Geral, ao ministro do Interior e ao chefe dos Serviço de Segurança, correto?

Yuriy Lutsenko – Se não obtivermos resultados rápidos de investigações a casos de corrupção e de atividades criminosas no antigo regime, se não punirmos os responsáveis pela morte de 100 manifestantes em Kiev, então os responsáveis serão substituídos. Contudo, ainda têm a hipótese de terminar essa tarefa.

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