Crianças de rua e igualdade de oportunidades em destaque nos Prémios WISE

Crianças de rua e igualdade de oportunidades em destaque nos Prémios WISE
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Os Prémios WISE, atribuídos na Cimeira Mundial da Inovação para a Educação, distinguem projetos que mudam vidas. Já demos a conhecer três deles. Os outros três são o tema desta edição do Learning World.

A realidade das crianças sem-abrigo, muitas vezes marcada pela violência, afasta-as completamente do percurso educativo. No Egito, existe um projeto destinado a ajudá-las.

A capital do Egito é uma das cidades mais populosas do mundo. De acordo com a ONU, há cerca de um milhão de crianças a viver nas ruas do Cairo. A miséria familiar é, frequentemente, o motivo que as atira para uma vida errante. Para sobreviver, tentam vender aquilo que encontram. Alguns limpam carros. Muito poucos aceitam ser filmados. Os que concordaram fizeram-no porque estávamos acompanhados pelos voluntários do FACE, um grupo de apoio para crianças sem-abrigo, que tenta reintegrá-las na sociedade através da educação.

As disciplinas criativas como a música, a dança ou o teatro podem reforçar as capacidades de aprendizagem. Mas, muitas vezes, o mais difícil é o acesso. Olhamos para um projeto australiano.

A família de Akot fugiu da guerra no Sudão para se instalar na Austrália. Este rapaz de 11 anos vive num dos bairros mais desfavorecidos de Melbourne. A escola pública que frequenta não tem recursos para fornecer aulas de música ou de arte. É aqui que entra em ação uma ONG chamada "The Song Room". Há três anos que a escola de Akot participa neste programa. As aulas são gratuitas e conduzidas por artistas profissionais. Os professores já notaram uma diferença evidente: o desempenho escolar dos alunos envolvidos no ensino artístico melhorou substancialmente. O programa pode durar de 6 a 18 meses.

Em várias sociedades, a tradição continua a ser as raparigas ficarem em casa, enquanto os rapazes vão à escola. Na Índia há um projeto que pretende mudar as coisas.

Há quase 4 milhões de raparigas indianas que não frequentam a escola, o que corresponde à terceira maior taxa a nível mundial. Nos arredores de Udaipur situa-se a aldeia de Redwa Kalan, onde vive Jantu, uma menina que viu os seus sonhos dissiparem-se após a morte do pai. “O meu pai morreu quando eu era pequena. Por isso, passei a ficar em casa, não havia mais ninguém para tomar conta das coisas. Os meus irmãos são mais novos e a minha mãe tinha de ir trabalhar. Tive de sair da escola”, conta Jantu. Não é fácil introduzir mudanças numa sociedade patriarcal, onde o lugar das raparigas é tradicionalmente remetido para o lar. Mas um grupo de jovens voluntários aceitou o desafio. Fazem parte da fundação Educate Girls/Educar Raparigas. Trata-se de uma ONG que pretende consciencializar as comunidades locais para a igualdade de direitos e oportunidades.

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