A Rússia volta a esquivar-se às acusações de interferência no leste da Ucrânia, durante a reunião bilateral entre John Kerry e Serguei Lavrov, esta
A Rússia volta a esquivar-se às acusações de interferência no leste da Ucrânia, durante a reunião bilateral entre John Kerry e Serguei Lavrov, esta quinta-feira, na Suíça.
À margem da cimeira anual da OSCE na Basileia, Kerry evocou a morte de militares russos em território ucraniano para voltar a exigir a Moscovo que cesse o apoio aos separatistas.
Lavrov preferiu afirmar que a solução da crise passa pelas negociações entre os dois campos, reconhecendo, neste ponto, a assistência militar russa:
“Hoje os nossos peritos militares, a convite do presidente Poroshenko, estão a ajudar as duas partes em conflito a concluirem um acordo para retirar a artilharia pesada e permitir que os observadores da OSCE se posicionem no terreno”, afirmou Serguei Lavrov.
Passos incluídos no protocolo de Minsk, firmado há algumas semanas, mas cujo cessar-fogo parece mais frágil que nunca, depois de Kiev ter denunciado ontem uma nova violação da trégua.
Para Kerry, a solução passa antes de mais por uma mudança de atitude da Rússia:
“Os Estados Unidos e os países que apoiam a soberania e os direitos da Ucrânia não querem uma confrontação. Não é por nossa culpa que vêmos a Rússia isolada pelas suas próprias ações. Pelo contrário, estamos convencidos que Moscovo pode reconstruir a confiança e uma boa relação se ajudar simplesmente a acalmar estas águas turbulentas”, afirmou Kerry.
Uma posição partilhada pela chefe da diplomacia europeia que se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano durante uma cimeira da OSCE, dominada pela mesma inflexibilidade de posições sobre a situação ucraniana.
Dezenas de manifestantes protestaram no exterior da cimeira contra a interferência russa no território, quando para a maioria dos líderes ocidentais, as sanções económicas contra a Rússia continuam a ser a única solução, temporária mas consensual para resolver a crise na Ucrânia.