A União Europeia condenou esta noite a detenção de dezenas de jornalistas na Turquia, acusados de conspirarem contra o governo. Pelo menos 31 pessoas
A União Europeia condenou esta noite a detenção de dezenas de jornalistas na Turquia, acusados de conspirarem contra o governo. Pelo menos 31 pessoas foram presas pela polícia no quadro de uma investigação a uma alegada “organização paralela”.
Entre os detidos encontram-se as vozes mais críticas do presidente Recep Tayyp Erdogan, como o diretor do jornal Zaman ou o responsável do canal Samanyolu TV.
O porta-voz da associação de jornalistas turcos, Mustafa Yesil, recorda:
“Esta operação visou apenas os media que criticam o governo, que representam milhões de pessoas que se exprimem através destes meios de comunicação social. O regime autocrático controlado por uma única pessoa está a tentar calar estas vozes mas o povo não vai deixar que tal aconteça”.
A responsável diplomática da União Europeia, Federica Mogherini afirma, num comunicado, que as detenções vão contra a “liberdade de imprensa” enquanto os Estados Unidos declaram estar a acompanhar a situação.
@FedericaMog & @JHahnEU on the police raids and arrests of media representatives in #Turkeyhttp://t.co/0jttSlWYSf
— EU External Action (@eu_eeas) December 14, 2014
O primeiro-ministro turco voltou por seu lado a brandir acusações,
“Aqueles que se infiltraram em organizações do estado, que efetuaram escutas a reuniões privadas do primeiro-ministro e do presidente, aqueles que conspiraram contra os serviços secretos, não pensem que não vão pagar pelas suas ações”, afirmou Ahmed Davutoglu.
A justiça acusa os 31 detidos de estarem associados ao movimento Gullenista, próximo de um predicador refugiado nos Estados Unidos e opositor do atual governo. As detenções ocorrem depois da imprensa ter revelado nos últimos meses vários escândalos relacionados com o partido do governo e figuras próximas do presidente Erdogan.