2014: Ébola, vírus assassino

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É um dos vírus mais perigosos para os humanos. Tem origem em África, nas margens do rio Ébola, onde se registou a primeira epidemia conhecida.

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É um dos vírus mais perigosos para os humanos. Tem origem em África, nas margens do rio Ébola, onde se registou a primeira epidemia conhecida. O vírus do Ébola voltou a atacar, desta vez na África Ocidental, sem que ninguém tenha sido capaz de detê-lo.

A epidemia do Ébola começou na Guiné-Conacri, em dezembro de 2013, e alastrou-se à Libéria, à Serra Leoa e à Nigéria. Até agora, foram registados 8033 casos e 3879 pessoas morreram.

http://www.cdc.gov/vhf/ebola/outbreaks/2014-west-africa/case-counts.html

Este é o surto mais devastador desde o aparecimento do vírus, em 1976. A sua gravidade está relacionada com as caraterísticas do vírus e com as condições socioeconómicas e sanitárias dos países afetados.

Em agosto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou o estado de emergência de saúde pública internacional. Afirmou tratar-se de uma situação “extraordinária” e “um risco” para outros países. E alertou para o agravamento da propagação, que pode ter sérias implicações. Para conter o risco, a OMS apelou a uma ação coordenada a nível global e apresentou várias recomendações, que estão a ser reforçadas em Portugal pela Direção-Geral da Saúde.
As viagens para as áreas atingidas não estão interditas e o comércio é permitido. Mas os cidadãos são aconselhados a fazê-lo apenas em situações essenciais. Devem procurar aconselhamento médico em caso de exposição ao vírus ou se desenvolverem os sintomas da doença.

A primeira vítima mortal fora de África, foi um médico missionário espanhol, repatriado da Libéria para um hospital em Espanha.
Uma enfermeira foi contagiada, mas conseguiu superar a doença.

Ainda não há solução para a doença. Após os primeiros sintomas (dores, fraqueza e febre alta), segue-se uma fase de diarreia, vómitos, erupção cutânea e insuficiência dos rins e do fígado. Nalguns casos, podem desenvolver-se hemorragias internas e externas. Mas a maioria dos pacientes morre devido ao choque provocado pela pressão arterial baixa. Em situações de surto, a taxa de mortalidade de pessoas infetadas chega aos 90%. Os tratamentos possíveis são de suporte e passam pela hidratação do doente, pela manutenção dos níveis de oxigénio, pelo controlo da pressão arterial e por tratar as complicações da infeção.

Existem medicamentos experimentais, que ainda não foram sujeitos aos ensaios clínicos protocolares, pelo que a sua utilização levanta reticências. Mas a gravidade do atual surto levou a OMS a considerar ético o recurso a esses tratamentos, nomeadamente nos pacientes ocidentais, como a enfermeira, que se salvou.

No fim de novembro, a OMS anunciou que o número de mortes se aproxima dos 7000, e os cientistas estão muito perto de conseguir criar uma vacina.

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