Museu das Confluências: o novo símbolo de Lyon

Museu das Confluências: o novo símbolo de Lyon
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De  Elza GONCALVES
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Um dos grandes objetivos do Museu das Confluências em Lyon é mostrar a biodiversidade natural onde se insere o homem, numa linha de continuidade com as outras espécies.

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A cidade francesa de Lyon tem um novo símbolo arquitetónico: o Museu das Confluências, dedicado às ciências e às sociedades humanas.

O projeto foi desenhado pela cooperativa de arquitetos austríacos Coop Himmelblau.

O edifício situa-se precisamente na confluência dos dois rios de Lyon, o rio Ródano e o rio Saône.

“O nome do museu é pertinente, além da localização geográfica, tem a ver com uma filosofia do encontro, da troca e dos olhares cruzados, da inteligência que advém dos olhares cruzados. As coleções são tratadas de forma transversal e todos os temas são tratados segundo uma abordagem pluridisciplinar”, frisou Hélène Lafont-Couturier, diretora do Museu das Confluências.

O espaço de cinco mil metros quadrados abriu ao público em dezembro e reúne mais de dois milhões de objetos. O fio condutor das várias exposições é a história da humanidade.

“Colocamos questões filosóficas que são acessíveis a toda a gente. São questões que têm sido colocadas por todas as sociedades: a questão da origem da vida, do aparecimento do homem, do lugar do homem na biodiversidade, a organização das sociedades, o homem face à morte. Estes são os temas que abordamos nas exposições”, contou Nicolas Dupont, responsável pelas coleções e pelas exposições.

Numa das salas, o visitante pode contemplar um mamute do período quaternário descoberto em Lyon em 1859.

A exposição dedicada às origens do planeta inclui objetos da terra e do espaço. Há numerosos fósseis e moluscos mas também objetos celestes.

Para o visitante, uma das grandes novidades é a possibilidade de tocar nas obras.

“Ultrapassámos uma interdição no museu das Confluências. Trata-se de permitir que os visitantes toquem em objetos autênticos, porque nos museus não queremos apenas ver.Sonhamos em tocar nas coisas. Podemos, por exemplo, tocar neste meteorito de 630 quilos”, afirmou Nicolas Dupont.

Um dos grandes objetivos do Museu das Confluências é mostrar a biodiversidade natural onde se insere o homem, numa linha de continuidade com as outras espécies.

“Tivemos em conta o facto de muitas vezes esquecermos que o homem é uma espécie entre outras, uma espécie de mamífero entre cinco mil espécies de mamíferos, uma espécie entre dez mil espécies de pássaros. Apresentamos mais de duzentos pássaros com cenografia espetacular”, acrescentou o responsável.

Além de numerosos objetos oriundos do mundo inteiro, o Museu das Confluências criou um espaço dedicado a um tema pouco tratado em museus: a questão da morte.

“Abordamos questões contemporâneas. Optámos por terminar cada percurso com um elemento contemporâneo. Viajámos no tempo e pomos em perspetiva a problemática contemporânea. No final,regressamos por exemplo à obra de um artista contemporâneo de Lyon, Aubanel, e a um momento mori: “lembre-se de que um dia vai morrer”, explicou Nicolas Dupont.

O Museu das Confluências fica localizado num bairro novo de Lyon, recentemente requalificado. Foram precisos dez anos, quase 300 milhões de euros e várias polémicas para terminar a obra. Um investimento que não parece ter sido em vão. Só nos primeiros doze dias, o museu recebeu 56 mil visitantes.

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