Iémen sob tensão e em vazio político à espera do Parlamento

Iémen sob tensão e em vazio político à espera do Parlamento
Direitos de autor 
De  Francisco Marques com Reuters, LUSA
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

O Iémen atravessa um vazio político provocado pelas demissões de quinta-feira do Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e do Governo em exercício, sob

PUBLICIDADE

O Iémen atravessa um vazio político provocado pelas demissões de quinta-feira do Presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e do Governo em exercício, sob pressão armada dos rebeldes xiitas Huthi, cujas milícias mantém cercado o Palácio Presidencial, na capital, Sana. A renúncia do chefe de Estado, um conhecido aliado dos Estados Unidos na luta contra a al-Qaida, terá de ser entretanto aceite pelo Parlamento.

Algumas vozes teriam garantido que a Casa dos Representantes já teria rejeitado a demissão, mas essa informação não se confirmou. A única informação oficial é da marcação para esta sexta-feira à tarde, ou mais tardar domingo, de uma sessão extraordinária para debater, exatamente, o caos em crescendo no país e o pedido do Presidente. Pela Constituição do Iémen, a confirmar-se a queda do chefe de Estado, será o porta-voz parlamentar, Yahya al-Ra’i, do partido Congresso Geral do Povo, a assumir de forma interina o gabinete até à realização de novas eleições.

A demissão de Mansour Hadi era, claro, o destaque pela manhã nas capas dos jornais. Nas ruas, o povo exige uma solução e pede consenso pela paz entre todas as forças políticas do Iémen. “O país está num enorme vazio constitucional. Gostaríamos que os poderes políticos e nacionais se unissem e realizassem uma assembleia a nível nacional, que incluísse todos os grupos políticos do Iémen, com o objetivo de formar um urgente conselho militar de forma a evitar que o país não mergulhe num enorme conflito”, afirmou Aidaros al-Mehthar, um residente de Sana.

A verdade é que esse “enorme conflito” já está em marcha. Esta sexta-feira de manhã registaram-se duas explosões na capital. Os alvos – não confirmados de forma oficial -seriam líderes das milícias Houthis. Não se registaram vítimas, apenas danos materiais. Mas o ambiente é de tensão na cidade com a realização de várias manifestações de militantes Houthis e também de ativistas pró-democracia.

À distância, os Estados Unidos mostram-se preocupados perante as demissões do Presidente e do primeiro-ministro Khaled Bahah. “Nesta altura, e essencial que ambos os lados evitem a violência”, alertou a porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Jen Psaki. Washington, entretanto, já terá dado ordem para a retirada de alguns funcionários da respetiva embaixada em Sana.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Requerentes de asilo em Dublin queixam-se de tratamento “desumano”por parte do Governo

Haiti mergulhado no caos e na violência

Manifestantes celebram demissão da presidente da Hungria