Bancos Centrais: O Tempo da Ação

Bancos Centrais: O Tempo da Ação
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Bem-vindo à primeira edição do novo ano de Business Middle East. No nosso programa semanal vamos centrar-nos nos acontecimentos económicos do mundo e

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Bem-vindo à primeira edição do novo ano de Business Middle East. No nosso programa semanal vamos centrar-nos nos acontecimentos económicos do mundo e no seu impacto no Médio Oriente. Cada semana, vamos analisar as variáveis económicas globais que podem alterar as perspetivas financeiras da região. Nesta edição vamos falar das decisões dos bancos centrais anunciadas em janeiro. Os mercados reagiram aos solavancos às diferentes medidas, algumas das quais geraram um certo pânico e conduziram a mudanças de políticas. Bancos Centrais: O Tempo da Ação, é a primeira história, que será seguida da nossa análise.

Bancos Centrais: O Tempo da Ação

Foi um mês repleto de grandes notícias no setor bancário. Algumas já eram esperadas, mas outras chegaram como um tsunami.

No dia 15 de janeiro, o banco nacional suíço decidiu acabar com a taxa de câmbio mínima face ao euro vigente há três anos. O franco suíço sobrevalorizou-se de imediato.

Uma semana depois, o Banco de Inglaterra manteve as taxas de juro inalteradas na sequência de uma votação unânime, pela primeira vez desde julho. Os decisores que pretendiam aumentar o custo do dinheiro mudaram de opinião porque a inflação no Reino Unido caiu para o valor mais baixo em 14 anos.

Desde o final do ano passado que aguardávamos que o Banco Central Europeu anunciasse um programa de alívio quantitativo. No dia 22 o presidente do BCE, Mario Draghi, fez o anúncio esperado mas surpreendeu relativamente ao montante que vai ser injetado na economia da zona euro: 60 mil milhões de euros por mês.

Entretanto, nos Estados Unidos, a presidente da Reserva Federal explicou não vai ser tomada nenhuma decisão sobre as taxas de juro antes das próximas duas reuniões do conselho de governadores.

E no final do mês o banco central da Rússia baixou inesperadamente as taxas de juro dos 17 para os 15 por cento. Será um sinal de que há dias negros pela frente, ou será a luz no fim do túnel?

Análise

Para analisarmos as medidas anunciadas pelos bancos centrais, temos connosco Nour Eldeen Al-Hammoury, estratega-chefe de mercados na ADS Securities, que vai juntar-se a nós semanalmente para nos esclarecer sobre os últimos desenvolvimentos económico-financeiros.

Daleen Hassan, Euronews:

As intervenções dos bancos centrais devem-se à descida abrupta do preço do petróleo e à desaceleração do crescimento económico ou há outros fatores?

Nour Eldeen Al-Hammoury:

Não é só por causa do petróleo. Antes do mais, a economia global está a enfraquecer e a desacelerar desde meados do ano passado. Contudo, os bancos centrais previram na altura que esta travagem seria um ciclo de curta duração. Mais importante ainda, a economia global precisa de reformas estruturais profundas, algo necessário desde a crise financeira. A dívida global está a aumentar significativamente, está a atingir níveis recorde, superiores aos existentes antes da crise financeira rebentar. E este ano as coisas devem ser ainda piores.

Daleen Hassan, Euronews:

Quais são os riscos de taxas de juro muito baixas? É um sinal de que o pior ainda está para vir?

Nour Eldeen Al-Hammoury:

Se bem se recorda, no ano passado já lhe tinha dito que as coisas iriam contra as previsões dos bancos centrais, que conduziram a decisões tomadas debaixo pânico, por parte de alguns dos maiores bancos centrais do mundo. Cada banco central agiu separadamente e não houve uma intervenção coordenada, o que conduziu a uma guerra cambial. É possível que tenhamos que enfrentar mais desafios este ano, uma vez que as cortar as taxas de depósitos para valores negativos é um sinal claro que a economia global está muito próxima da recessão e que os bancos centrais estão a tentar evitá-la o mais possível.

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Daleen Hassan, Euronews:

Olhando para o Médio Oriente, qual foi o impacto das medidas dos bancos? Podemos ver ações semelhantes nos bancos centrais da região?

Nour Eldeen Al-Hammoury:

É claro que a região do Norte de África e Médio Oriente foi um pouco afetada por estas decisões. Os mercados estiveram a transacionar numa variação larga, especialmente depois dos lucros dececionantes de algumas grandes empresas. A juntar a isto, algumas companhias adiaram grande projetos na sequência do declínio do preço do crude. Por agora não estamos a prever nenhumas ações por parte dos bancos centrais da região, a menos que a Reserva Federal americana faça um grande anúncio. Se isso acontecer, os bancos centrais vão agir porque as suas moedas estão diretamente ligadas ao dólar americano.

Daleen Hassan, Euronews:

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Business Snapshot, o nosso novo segmento leva-o a sítios diferentes todas as semanas e dá-lhe um olhar sobre as economias e empresas locais.

Esta semana a nossa atenção centra-se em Abu Dabi onde a petrolífera francesa Total obteve uma nova concessão para os próximos 40 anos.

Aqui está o instântaneo desta semana.

A petrolífera francesa Total ganhou o concurso para operar alguns dos maiores campos de petróleo de Abu Dabi. O novo acordo de concessão, assinado com o Conselho Supremo do Petróleo de Abu Dabi e a companhia nacional de petróleo, é válido por 40 anos. A Total vai operar os 15 maiores campos petrolíferos terrestres do emirado, que representam mais de metade da sua produção de crude.

A companhia nacional espera produzir este ano cerca de um 1,6 milhões de barris de petróleo por dia mas tem como objetivo aumentar a produção diária para 1,8 milhões de barris de crude a partir de 2017.

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A Total fica com uma participação de 10 por cento na nova concessão. A oferta da petrolífera francesa coloca pressão na concorrência, que busca também conquistar posições na renegociação das concessões do emirado.

O diretor-executivo da companhia gaulesa, Patrick Pouyanne, congratulou-se com o negócio mas anunciou que a empresa se prepara para cortar em 30 por cento os custos de exploração devido à queda dos preços do petróleo.

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