Tunísia limita saída de jovens do país para lutarem na Jihad

Tunísia limita saída de jovens do país para lutarem na Jihad
De  Maria-Joao Carvalho
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Desde o início da guerra síria, em 2011, mais de 3000 tunisinos deixaram o país para combater e integrar o maior contingente de estrangeiros do

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Desde o início da guerra síria, em 2011, mais de 3000 tunisinos deixaram o país para combater e integrar o maior contingente de estrangeiros do autoproclamado Estado Islâmico.

Alguns eram de El Me Hamdia. Ben Ibrahim Abdelrahman era amigo de Marwan, que integrou as fileiras jihadistas. Explica que, no acampamento líbio, onde Marwan foi treinado, havia mais de 120 pessoas de diferentes nacionalidades.
Marwan e o irmão foram integrados no grupo de pirataria informática, enquanto outros receberam treino militar ou fizeram sessões de espionagem.

Ibrahim Ben Abdelrahman – Começou por segui-los até à Síria e tornou-se membro do exército do autoproclamado Estado Islâmico. Mesmo a mentalidade deixou de ser a de um muçulmano. Passou a ser impossível conversar com ele porque “tudo era interdito”.

Segundo Alaya Allani, professor, historiador e especialista dos movimentos islâmicos na África do Norte, a lavagem ao cérebro não é o único instrumento de recrutamento:

– É verdade que há uma autêntica lavagem ao cérebro, no plano ideológico, mas também são feitas muitas promessas, nomeadamente a de fazerem fortuna nas fileiras da Jihad na Síria. Marwan acabou por ser preso, na Tunísia, quando a polícia desmantelou uma das redes de recrutamento. Ibrahim Ben Abdelrahman – As pessoas que ele viu beber álcool não são as mesmas com quem vajou, mas formadores e chefes. Utilizam esse meio para uma infiltração mais fácil nas sociedades dos seus países de origem sem levantar suspeitas. Quando regressam não podem dar a entender onde estiveram e devem fazer uma vida normal até serem convocados e nem sequer se misturarem com os muçulmanos.

Mehdi Akkari, um rapper tunisino, como DJ Costa, viu o irmão Youssef radicalizar-se, antes de viajar para a Síria.

Ao contrário de Marwan, viveu um pesadelo na Síria. Não viu Jihad nenhuma, só roubar e matar. Regressou à Tunísia para recrutar outros jovens, mas confessou ao irmão que odiava o que fazia. A polícia tunisica criou-lhe um novo problema quando o começou a pressionar e ele teve de partir novamente. Youssef morreu num ataque aéreo em Kobani, com outros combatentes estrangeiros.

Professor Alaya Allan – Uma boa parte destas pessoas não consegue regressar ao país de origem, pois há leis que criminalizam o que fazem, e são obrigados a partir para a líbia, Iraque e outros países. Em dezembro passado, a União Nacional das Mulheres tunisinas destacou o impacto do extremismo nos jovens, tanto como vítimas diretas da violência como vítimas de tráfico.
Mais de 9.000 jovens tunisinos foram proibidos de viajar para a Síria.

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