Tribos jordanas estão com o rei e ameaçam vingar a morte do piloto

Tribos jordanas estão com o rei e ameaçam vingar a morte do piloto
Direitos de autor 
De  Maria-Joao Carvalho com New York Times
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

A vúva de Muath al Kassaesbeh mostra o retrato do malogrado piloto de F-16 da força aérea da Jordânia, país em que a monarquia integrou a sociedade

PUBLICIDADE

A vúva de Muath al Kassaesbeh mostra o retrato do malogrado piloto de F-16 da força aérea da Jordânia, país em que a monarquia integrou a sociedade tribal na estrutura do Estado. O jovem do clã Kassaesbeh pertence à tribo Bararsheh, do sul da Jordânia. Todos os notáveis acorreram à capital para apoiar a família do tenente desde que foi feito refém, no dia 24 de dezembro, durante uma missão das forças de coligação na Síria, até ser queimado vivo numa jaula, a 3 de janeiro.

A euronews ouviu o antigo general jordano, Fayez Doueri, explicar a razão para a brutalidade desta execução:

General Fayez Doueri – Primeiro porque era militar e até agora, só tinham sido executados civis, jornalistas ou trabalhadores humanitários. Chtague, um dos líderes jihadistas, desde a captura do piloto que questionou sobre a morte mais espetacular a infligir ao tenente. As respostas que eu li incluiam que devia ser um “auto de fé”, e devia queimá-lo vivo. Amã prometeu uma resposta devastadora. O rei Abdullah denunciou o crime como um ato cobarde e jurou fazer uma guerra sem tréguas aos combatentes do autoproclamado Estado Islâmico. Mas até onde poderá ir o exército jordano?

General Fayez Doueri – A Jordânia vai intensificar a cooperação na coligação contra o EI, aumentando os bombardeamentos aéreos às posições dos jihadistas, mas não se coloca sequer a questão de entrar em guerra terrestre. A Jordânia não tem meios para entrar num conflito terrestre. Portanto, tem de haver vontade a nível dos países árabes e a nível internacional, o que não existe por agora. A Jordânia não se pode aventurar numa guerra para lá de 350 km da fronteira.

Abdullah II fez uma oferta sem precedentes, para negociar a troca de prisioneiros: pelo piloto e pelo jornalista japonês Kenji Goto (decapitado pelos jihadistas) daria em troca seis terroristas condenados, nomeadamente Sajida al-Rishawi, a bombista que tentou fazer um atentado em Amã, em 2005 (o colete de explosivos não rebentou).
Para já foi enforcada, a união nacional jordana saiu reforçada e a comunidade internacional ficou em estado de choque.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

A "desradicalização" dos jovens europeus

Execução do militar jordano "vai representar ponto de viragem" na luta contra o Estado Islâmico

Abdullah II visita família do piloto queimado vivo