Inglaterra: Inflação em baixa faz perder o norte ao banco central

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O Banco da Inglaterra (BoE) está a tentar manter a linha dura da política monetária expansionista, mas depois do relatório sobre a inflação da

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O Banco da Inglaterra (BoE) está a tentar manter a linha dura da política monetária expansionista, mas depois do relatório sobre a inflação da última quinta-feira, esta visão é um pouco menos clara.

Pela primeira vez nos últimos 50 anos, o banco central de Inglaterra debate-se com uma inflação muito baixa e com o risco de deflação lá para o final do ano.

O governador, Mark Carney, afirmou:
“A inflação está ao nível mais baixo desde que começaram a ser medidos os indíces de inflação, há duas décadas. Isto vai continuar e possivelmente será negativa na primavera e próxima do zero no resto do ano”.

Este é o nível mais baixo desde 2009 e para Carney a culpa é da queda dos preços do petróleo.

Os números sobre os preços no consumidor dão sinais mistos. Carney fala da possibilidade de subir a taxa de juro diretora lá para o final do ano mas, ao mesmo tempo, diz que o banco está pronto a reduzir a taxa se for necessário.

A maioria dos economistas não acredita que a inflação venha a recuperar proximamente, o que dificultará a vida dos bancos centrais que aspiram a aumentar o preço do dinheiro.

Nour Eldeeen Al-Hammoury “BoE pode reduzir a taxa de juro mais rapidamente do que esperado”

Para analisar melhor a situação do Banco de Inglaterra (BoE) falamos com Nour Eldeeen Al-Hammoury, responsável pela estratégia de mercado da ADS Securities, em Abu Dabi.

Em dezembro, o Banco de Inglaterra, BoE, previa o aumento das taxas de juro, mas na semana passada já dizia que as podia reduzir se fosse necessário. O governador Mark Carney está a enviar um aviso com esta mensagem?

Nour Eldeeen Al-Hammoury: “Este tipo de declarações instáveis e incertas por parte dos bancos centrais – não é só o BoE – não surpreendem. Mark Carney nunca foi muito claro para os investidores desde que chegou à liderança do banco. No princípio – se olharmos para os níveis de inflações no Reino Unido, vemos que estão ao nível mais baixo desde o ano 2000 – 0,5%, um nível que não vimos nem em 2004.
Este ano as expetativas quanto à inflação voltaram a atingir os níveis mais baixos, a tendência já vinha dos anos 2013 e 2014, mas este ano estão ainda mais abaixo.
Primeiro que tudo, se olharmos para a taxa de inflação, vemos que recentemente caiu para o nível mais baixo desde 2000, mas para 2015 as perspetivas são ainda piores, com 0,9% quando as previsões do Banco de Inglaterra eram de 2%, o que significa que estamos muito longe do que os bancos previam e não há nenhuma razão para uma subida rápida. Na verdade o banco pode reduzir a taxa se a inflação continuar a cair e até mais rapidamente do que os mercados esperam neste contexto de morosidade económica.
A questão do aumento das taxas de juro surge numa altura em que há uma certa estabilização da atividade económica e crescimento de salários, mas estes dados são podem alterar-se ainda.

Daleen Hassan euronews :
Olhemos agora para o mercado monetário. Qual é a tendência da libra em relação às principais moedas e às divisas do Médio Oriente? Que efeito pode isto ter nos investidores da região?

Nour Eldeen Al-Hammoury:
“A libra inglesa teve um boa semana na semana passada. No entanto caiu para 1.5214 face ao dólar norte-americano a seguir às declarações sobre as taxas de juro, tendo recuperado para 1.54 no momento em que o governador do banco de Inglaterra declarou que a questão da taxa continuava sobre a mesa. Ao mesmo tempo a moeda inglesa está a estabilizar em relação às divisas da região do Médio Oriente e Norte de Africa.
Por exemplo, a libra inglesa recuperou para 5.66 face ao Derham, depois de ter atingido 5.50 em janeiro. A libra egipcia evoluiu 9,6% para 11.77 desde o nível mais baixo de janeiro 10.75. A valorização da libra inglesa seria negativa para os importadores da região, mas é bem melhor do que no ano passado quando a libra inglesa atingiu uma valorização recorde face as estas divisas”

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