Darfur: A história de um "genocídio"

Darfur: A história de um "genocídio"
De  Euronews
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Durante a guerra civil entre o norte e o sul do Sudão – o segundo maior conflito interno desde que o país ganhou a independência em 1956 – começaram

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Durante a guerra civil entre o norte e o sul do Sudão – o segundo maior conflito interno desde que o país ganhou a independência em 1956 – começaram a surgir informações preocupantes do Darfur, a árida região ocidental sudanesa.

Grupos da oposição, liderados pelo Exército de Libertação do Sudão e o Movimento pela Justiça e Igualdade começaram a atacar alvos do governo, acusando Cartum de favorecer árabes em relação aos africanos negros.

O governo assume ter mobilizado milícias de autodefesa mas nega ligações aos árabes Janjaweed, acusados de expulsar do Darfur africanos não árabes.

“Genocídio”

As Nações Unidas afirmam que pelo menos 300 mil pessoas morreram e mais de 2,5 milhões de homens mulheres e crianças foram forçados a deixar as suas casas desde o início do conflito.

Alguns refugiados alegam que, antes dos ataques em que as milícias Janjaweed matavam homens e violavam mulheres, havia raides aéreos.

É então que os Estados Unidos referem a existência de “genocídio”.

Mas um relatório das Nações Unidas de 2005 referiu que “a conclusão de inexistência de uma política de genocídio implementada no Darfur pelo governo, diretamente ou através das milícias sob o seu controlo, não pode ser vista como qualquer forma de diminuir a gravidade dos crimes perpetrados naquela região.”

Um acordo de paz foi assinado em 2006 mas nem todas as fações rebeldes subscreveram.

Mais tarde, em 2007, o Sudão concordou dar acesso a uma força de paz conjunta das Nações Unidas e da União Africana.

Em 2009, o Presidente Omar Al-Bashir, torna-se no primeiro chefe de Estado em funções a ser indiciado por crimes de guerra pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). O governo sudanês responde com a expulsão de 13 grupos humanitários do país.

Al-Bashir assina um acordo de paz com os rebeldes em 2010, declarando o fim da guerra antes de ser novamente reeleito presidente.

O TPI emitiu então um segundo mandado de detenção contra Al-Bashir, desta vez com acusações de genocídio.

A violência no Darfur eclode novamente em 2013 e 2014, fazendo deslocar 500 mil pessoas.

Em dezembro de 2014, a procuradora do TPI, Fatou Bensouda, anuncia o arquivamento do processo de crimes de guerra no Darfur por falta de ação das Nações Unidas.

Em fevereiro de 2015, a organização não-governamental Human Rights Watch alega que 221 mulheres e raparigas foram violadas por forças sudanesas numa povoação do Darfur. O Exército do Sudão nega as acusações.

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