Sepp Blatter não vai em cantigas e no que toca a dinheiro nao há espaço para negociar com o presidente da FIFA. À chegada a Belfast, na Irlanda do
Sepp Blatter não vai em cantigas e no que toca a dinheiro nao há espaço para negociar com o presidente da FIFA. À chegada a Belfast, na Irlanda do Norte, para uma reunião do “International Board”, o organismo que trata das leis do jogo, o ainda líder máximo do futebol mundial – há eleições no final de maio – rejeitou qualquer pagamento extra aos clubes europeus devido à quase certa marcação do Mundial de 2022 no Qatar para o outono do hemisfério norte.
A data escolhido, entre novembro e dezembro, vai obrigar a suspender os campeonatos europeus numa fase muito importante da temporada e os clubes, através do presidente da respetiva associação europeia (ECA), Karl-Heinz Rummenigge, manifestaram o desejo de serem compensados por se verem privados das suas estrelas durante varias semanas, mas terem de continuar a pagar-lhes os salários – alguns deles milionários.
“Reação negativa ou não, isto é futebol. É natural que os clubes europeus não estejam muito satisfeitos. Mas porque não estão? Eles também devem ser solidários. Isso é que o importante. O que precisamos na FIFA é união e solidariedade”, afirmou Blatter, acrescentando que “o Mundial [do Qatar] não vai prolongar-se até 23 de dezembro [de 2022]”, como chegou a ser referido. “É um ‘não’ definitivo a essa data. A final da competição não deve ir além de 18 de dezembro”, defendeu
Maior distribuição dos lucros da FIFA é, por outro lado, uma das promessas eleitorais de Luís Figo. O antigo jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão está na corrida à sucessão de Sepp Blatter, também recandidato ao lugar que ocupa há quase 17 anos.
Com o último Mundial do Brasil, no ano passado, a FIFA terá tido lucros estimados de 1,76 mil milhões de euros. Uma parte foi distribuída pelas federações nacionais. Figo deseja uma maior partilha dos dinheiros e promete a transparência que defende não haver agora no organismo. Blatter não parece preocupado e garante que no atual modelo de divisão de dinheiro não se mexe, mas revelou já ter falado com o representante dos clubes europeus sobre o tema.
“É um problema que ainda não discutimos com profundidade, mas já falei pessoalmente com Rummenigge para ver como é que se pode encontrar uma solução”, explicou o presidente da FIFA, adiantando que os clubes “têm seis anos para se preparar” para as adversidades que um Mundial no outono lhes poderá provocar.
A sugestão de novembro e dezembro para a realização do Mundial de 2022 no Qatar partiu do grupo de trabalho mandatado para o efeito pela FIFA e tem como justificação evitar o forte calor natural naquela região do planeta durante o verão, mas também para não coincidir com os Jogos Olímpicos de inverno no início do ano. A decisão final sobre as datas do Mundial de 2022 será tomada pelo Comité Executivo da FIFA entre 19 e 20 de março.