"As vozes": O mundo fantástico e macabro de Marjane Satrapi

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“As vozes” é o novo filme da realizadora franco-iraniana Marjane Satrapi. Uma película de humor negro que se desenrola numa atmosfera de fantasia

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“As vozes” é o novo filme da realizadora franco-iraniana Marjane Satrapi. Uma película de humor negro que se desenrola numa atmosfera de fantasia. Uma combinação entre violência, horror, romance e comédia. Um filme onde o herói, um homem bondoso, se transforma num assassino em série.

Desta trama, alucinante, fazem parte dois animais de estimação, um cão e um gato, que representam o Bem e o Mal.

“As vozes” é o primeiro filme da cineasta cujo argumento não foi escrito por ela. Michael R. Perry é o autor do guião:

“Quando se escreve um argumento para um filme que se vai dirigir, ou quando se lê uma história que se escreveu, o desconhecido não existe. É o meu mundo, limita-se a mim. Mas quando se está diante de um argumento escrito por outra pessoa é um novo mundo que se acrescenta ao seu e, portanto, o seu mundo fica mais vasto”, adianta Marjane Satrapi.

Jerry, o herói do filme, é um jovem esquizofrénico que consegue ouvir os seus animais de companhia falarem o que nem sempre é positivo já que é por esse motivo que ele começa a matar, encorajado por uma das vozes que ouve:

“Estou interessada em criar um mundo que não existe porque já vivemos num mundo real e é essa a minha vida. É através do cinema que se pode apresentar um outro lado das coisas, mais colorido e mais bonito. No cinema tudo pode ser melhor. Para mim isso é muito mais interessante, criar, do zero, um mundo de fantasia. Trabalho sempre histórias de fantasia”, explica Satrapi.

“As vozes” marcam um ponto de viragem no trabalho de Satrapi que ficou conhecida por “Persepolis”, um filme cuja narrativa se centrava na revolução iraniana e na atmosfera que se viveu no país nos primeiros anos da revolução.

Apesar de o Irão estar presente em dois filmes da realizadora ela não tenciona seguir com esta temática:

“Quis fazer algo sobre o Irão e fiz. Expliquei o que queria. Repeti as mesmas palavras até à exaustão e, depois de um tempo, isso começa a aborrecer o público. Há 26 anos que não estava no Irão, por isso, até 1994, tive algo a dizer, agora acabou, já não tenho mais nada a acrescentar sobre o Irão.”

A cineasta ficou conhecida como sendo a primeira iraniana a escrever banda desenhada.

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