Treinar a memória para aprender mais rapidamente

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Como é que podemos memorizar informação mais rápida e eficazmente? É a questão a que diversos peritos tentam responder há vários anos. Estamos a

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Como é que podemos memorizar informação mais rápida e eficazmente? É a questão a que diversos peritos tentam responder há vários anos. Estamos a explorar o “speed learning”, uma conjugação de métodos que é suposto fazer-nos aprender e compreender mais rapidamente.

Para isso, precisamos de perceber como funciona a nossa memória. Alguns estudantes deixam-nos as suas técnicas para memorizar:

Alex: “Genuinamente tentar criar ligações lógicas entre diferentes factores, escrever as coisas para tentar registá-las na minha memória.

Alice: “Eu escrevo aquilo que preciso de aprender e depois memorizo, volto a ler e a reescrever”.

Thomas: “Por exemplo, quando tenho fórmulas matemáticas, escrevo-as a vermelho e em História também, quando tenho datas, escrevo-as a verde e assim consigo lembrar-me”.

Cada pessoa tem diferentes técnicas para treinar a memória. “Michael Tipper”
http://www.michaeltipper.com/about_michael.html é um especialista do funcionamento do cérebro. Ensina e treina pessoas em métodos de aprendizagem rápida para otimizar as capacidades de cada um. Enquanto estudante, Michael acreditava que tinha uma má memoria, até se ter inscrito num curso de memória e finalmente ter ganho uma medalha de prata nos Campeonatos do Mundo da Memória, em 1998.

O seu trunfo é a memória visual.
“Eu, por exemplo, preciso de ver as coisas. Quando recebo novas informações faço desenhos. Utilizo o mapeamento da memória, que é uma ferramenta muito visual. Se me der uma morada onde ir, se me disser como ir, entra-me por um ouvido e sai pelo outro, não me lembrarei, mas se me der um mapa, basta-me olhar o mapa. É perfeito. Nós pensamos em imagens, e quando recolhemos informação e a transformamos em imagens e utilizamos emoções e fazemos mesmo exageros, isto são coisas que vão surgir quando temos que nos lembrar. Fazendo isto conscientemente podemos memorizar coisas por muito mais tempo”.

Para Michael Tipper, o problema das nossas escolas é:
“Muitas crianças sentam-se às secretárias a ouvir os professores, que debitam informação. Isto para o cérebro é muito aborrecido. O cérebro desliga, não tem qualquer interesse. No sistema educativo, obrigam-nos a empinar coisas de uma forma que o cérebro não gosta, não é adequado, nem eficaz. Com alguma criatividade, imaginação, graça, com cores e com visualização podemos iniciar um processo que usa o mesmo sistema operativo da mente”.

Este especialista enumera tudo o que devemos evitar para tornar mais eficaz a nossa aprendizagem e tudo o que devemos fazer para evitar danos ao nosso cérebro:
“O tabaco, o alcool, o stress, a falta de exercício, uma má alimentação, podemos fazer muito para danificar o cérebro… mas o contrário disso, o exercício, uma boa alimentação, não fumar, não beber, uma atitude positiva, expetativas positivas, podem fazer muito pela nossa memória”.

“Speed School” salva milhares de crianças do analfabetismo

Poderá uma criança com 14 anos, que nunca foi à escola, atingir o nível dos seus colegas em menos de um ano, com recurso ao speedy learning? Este é o sonho de muitas crianças não escolarizadas e um projeto escolar na Etiópia está a tornar isso possível, por exemplo para Medhanit Ayew, que tem 14 anos e, até há pouco tempo, estava entre os dois milhões de crianças etíopes de menos de 14 anos que nunca tinham ido à escola, porque os pais não tinham possibilidade de lhe comprar o uniforme e o material escolar. Graças ao programa “Speed School”, conseguiu alcançar o nivel dos seus colegas em menos de um ano escolar.

“Antes não conseguia ler nem escrever o meu nome. Agora posso escrever e ler tudo. Antes poderia contar dinheiro só em pequenas quatidades, agora tenho boas bases matemáticas”, conta.

Com o “Speed School”, as crianças aprendem os fundamentos da educação primária num sistema de aprendizagem acelerado, um sistema baseado em atividades lúdicas, que utiliza jogos, música e cartões de memória. Através destas atividades, são levadas a ler, a escrever e a aprender as bases da matemática em apenas alguns meses e no final submetem-se a um exame que as qualifica com o quarto ano, equivalente ao ensino primário.

O professor Wondimu Warda testemunha:
“As crianças são espantosas, porque estão ansiosas por aprender e porque têm mais maturidade, captam as coisas muito rapidamente. Muitas das crianças que já passaram pelo “Speed School” estão agora no quinto, sexto ou sétimo ano em escolas do ensino público”.

Apesar de a escolaridade primária e secundária na Etiópia ser gratuita, as famílias precisam no mínimo de 10 dólares para equipamento e material escolar para as crianças. Quando os pais têm dificuldades em arranjar esse dinheiro, simplesmente decidem não enviar as crianças à escola. A mãe da Medhanit sabe bem o que significa ser analfabeta:

“Eu sou analfabeta. Não sei ler nem escrever. Nem sequer sei escrever o meu nome. Não gostaria que os meus filhos fossem como eu. Quero que ela mude através da educação e espero que tenha sucesso nos estudos, não quero que seja como eu”.

Desde que foi criado em 2011, o projeto “Speed School“http://www.legatum.org/initiative/Ethiopia-Speed-School-Initiative conseguiu integrar 70,000 crianças não escolarizadas no sistema público de educação em três regiões diferentes da Etiópia. Mas uma vez integradas no sistema, que garantias há de que não saiem outra vez se os pais não tiverem meios para lhes pagarem a os materiais outra vez?

“Para resolver o problema, a nossa organização ajuda as mães a formarem grupos que concentram as respetivas poupanças para serem aplicadas em projetos de pequenos negócios de forma a terem meios para que as crianças continuem a respetiva educação nos anos seguintes”, diz Abel Kassahun, coordenador do programa Geneva Global

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Ensinamentos lúdicos e práticos na Feira da Aprendizagem

E se o ensino fosse ministrado de uma forma divertida por gente com experiência? Vamos dar uma olhada numa iniciativa em França, em Lyon, na Feira da Aprendizagem, uma seleção de worshops de 20 minutos que faz parte do Festival “Como Fazer” . É uma amostra de todo o tipo de coisas, uma sessão de inciação à ciência, às artes e ao artesanato, muito mais do que aprendizagem formal.

« Ah! É um desafio, mais do que qualquer outra coisa”, afirma um jovem. Outro, acrescenta:

“A dificuldade está em ser conciso, preciso e rápido!”

Os workshops abrem o apetite para novas descobertas. É um evento breve onde os participantes aprendem sobretudo que o conhecimento pode ser surpreendente e ter resultados muito agradáveis.

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“Eu falaria de “speed sharing”, porque estamos mais na partilha de experiências do que na aprendizagem”, defende a origanizadora do festival, Justine Vernier.

O canalizador, Clément Momal, acredita que estas iniciativas podem abrir portas e “levar certas pessoas a tomar consciência que o trabalho de canalizador é um trabalho profissional e pode dar vontade de aprender mais”.

E para salvaguardar qualquer estereotipo, a diretora do centro cultural Subsistences, onde decorre o evento, esclarece:
“O conhecimento académico não tem mais valor do que o conhecimento não académico. O conhecimento e os trabalhos práticos são coisas a transmitir de uma forma livre”.

Este evento é um espaço de partilha entre os organizadores, os instrutores e os participantes. Todos eles ansiosos por partilharem o espeirito da aprendizagem e da construção de uma vida melhor para as comunidades.

E, segundo Cathy Bouvard:
“Há muita gente com boas ideias, com muita vontade e com força para transformar a sociedade”.

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