Dois jovens detidos no aeroporto mais um "jihadista" identificado preocupam Austrália

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De  Francisco Marques com LUSA, The Age
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Divulgadas as imagens dos dois jovens australianos detidos no aeroporto de Sydney sob suspeita de quererem juntar-se ao grupo Estado Islâmico. Um outro "jihadista" australiano foi identificado

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Dois adolescentes intercetados no aeroporto de Sydney a caminho do Médio Oriente, no final da semana passada, e um outro identificado numa fotografia do grupo estado Islâmico empunhando uma arma agravaram a preocupação do governo de Camberra face à eficácia do aliciamento “jihadista” de jovens australianos. O primeiro-ministro Tony Abbott está determinado a estancar o recrutamento na Austrália por parte dos radicais islâmicos, que o governante já descreve como um “culto da morte.”

“Demasiados australianos estão a sofrer lavagens cerebrais pela internet por este culto da morte. Os dois adolescentes que tentaram embarcar rumo ao Médio Oriente e que foram intercetados pelas forças de vigilância fronteiriça são os mais recentes exemplos do recrutamento deste culto da morte. É importante fazermos tudo o que pudermos para acabar com isto”, afirmou Tony Abbott, esta segunda-feira.

Teenagers stopped from travelling to Middle East at Sydney Airport http://t.co/YXwfIvjPnwpic.twitter.com/piA6sXLGV7

— The Age (@theage) 8 março 2015

A detenção dos dois irmãos terá acontecido sexta-feira à tarde, com as imagens dos dois jovens no aeroporto a serem reveladas no final de sábado. A identificação ou o destino exato dos dois jovens não foram divulgados. O responsável pelo pagamento das passagens aéreas dos dois jovens e o que foi encontrado na bagagem de ambos apenas será revelado com autorização dos pais.

“Estes dois jovens de 16 e 17 anos são crianças, não assassinos. Eles não devem ser autorizados a viajar para o estrangeiro para combater e depois voltarem à nossa terra eventualmente ainda mais radicalizados”, afirmou domingo o ministro australiano da Imigração, Peter Dutton, garantindo: “(os pais) ficaram chocados como qualquer um de nós ficaria.”

“Jihadista” britânico é afinal “Jake de Melbourne”

Um outro jovem australiano estará também agora no centro das preocupações de Camberra, mas este conseguiu mesmo viajar e foi agora identificado a partir de uma fotografia onde surge entre dois “jihadistas” armados com uma bandeira do grupo Estado Islâmico em pano de fundo. A fotografia apareceu pela primeira vez em dezembro, através do Twitter, e a fisionomia juvenil do rapaz chamou a atenção, suspeitando-se que ele fosse de origem britânica e alguns meios de comunicação chegaram a identifica-lo com o nome “Jonathan edwards.”

O jornal australiano The Age revelou, esta segunda-feira, que se trata de um jovem génio da matemática de nome Jake oriundo dos subúrbios de Melbourne. O jornal terá identificado o jovem australiano através de amigos e de alguns fiéis que frequentam mesquitas da região por onde terá passado Jake, entretanto convertido ao Islão e que agora responderá pelos nomes muçulmanos de Abdur Raheem ou Abu Abdullah.

Jake, the Melbourne teen dropout recruited by IS http://t.co/iiRO0bJghIpic.twitter.com/0X3buR2XaH

— Adam Morton (@adamlmorton) 8 março 2015

Jake era um estudante tímido e descrito como antissocial pelos colegas. Rapaz de poucas falas, respondia com agressividade quando lhe dirigiam algumas brincadeiras. Em 2014, terá comçado a corresponder-se pela internet com um alegado jornalista da BBC e na mesma altura começou a falar à família da possibilidade de viajar para Istambul para trabalhar com este jornalista agora suspeito de se tratar de um recrutador para o grupo Estado Isdlâmico.

Fonte próxima da família de Jake revelou que em agosto do ano passado ele terá fechado todas as contas que possuia nas redes sociais e desapareceu, tendo, aparentemente, comprado um bilhete de avião para Istambul sem regresso previsto. Fontes turcas terão confirmado que ele atravessou a fronteira para a Síria usando o nome islâmico.

As autoridades australianas acreditam que mais de 110 cidadãos tenham saído do país para se juntarem ao Estado Islâmico, no Iraque e na Síria, dos quais cerca de duas dezenas já terão sido mortos em combate. Outros 400 australianos são vigiados atentamente pelas forças de segurança do país. “Sabemos que há outras pessoas tentadas a fazer coisas estúpidas, como estes jovens”, avisou Tony Abbott.

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