Partidos árabes apostados num novo cenário político em Israel

Partidos árabes apostados num novo cenário político em Israel
De  Nelson Pereira
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As eleições legislativas do próximo dia 17 de março em Israel podem pela primeira vez dar peso político aos árabes israelitas. Os quatro principais

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As eleições legislativas do próximo dia 17 de março em Israel podem pela primeira vez dar peso político aos árabes israelitas.

Os quatro principais partidos árabes de Israel formam pela primeira vez uma lista comum, o que promete encorajar ao voto a população árabe.

Em sétima posição na lista comum dos quatro partidos árabes de Israel, está Hanin Zoabi, do partido Balad, deputada desde 2009.

Zoabi tem-se feito notar pela defesa dos direitos dos palestinianos e pela crítica aberta do primeiro-ministro Netanyahu, que acusa de uma politica de apartheid.

“Desafiamos um projeto sionista discriminatório que define um Estado Judaico, legalizando privilégios concedidos aos judeus em detrimento dos palestinos. Nós somos os proprietários desta terra, somos nós os nativos e é com esta visão que estamos
no Knesset.”, disse Zoabi.

Desta vez os deputados árabes poderiam ter de facto um peso real. Pela primeira vez, os
candidatos árabes israelitas decidiram aliar-se numa lista comum, que pode dar aos
eleitores árabes uma razão que não tinham antes para ir votar, pois podem sentir-se
representados e com chances de influenciar a política.

Descendentes dos palestinos, a população de um milhão e quatrocentos mil árabes israelitas
que ficaram no território depois da criação em 1948 do Estado de Israel, representa 20% da
população total de Israel. Na sua maioria, são muçulmanos.

No parlamento, os 11 deputados árabes são um pequeno grupo, entre os 120 totais.

Tradicionalmente, os árabes isarelitas votam menos que o resto da população. Em 2012
registaram 56% da participação, contra um total de 67%.

O candidato Osamah Kahawish sublinha que este é um momento histórico:

“Se os cidadãos árabes forem votar na lista comum e conseguirmos 15 assentos ou mais no parlamento, será um sucesso histórico. Ajudaria os árabes a ganhar influência no parlamento em questões de legislação e política orçamental, em todos os aspetos da vida dos cidadãos árabes neste Estado.”

O resultado das próximas legislativas em Israel dirá se os cidadãos árabes decidiram usar desta oportunidade para ganhar uma representação real no parlamento – mudar o que está mal só será possível com um novo cenário político.

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