Na Birmânia, foram presentes ao tribunal de Letpadan, no centro do país, alguns dos estudantes detidos na violenta repressão do protesto contra a
Na Birmânia, foram presentes ao tribunal de Letpadan, no centro do país, alguns dos estudantes detidos na violenta repressão do protesto contra a reforma do ensino. As famílias puderam ver de longe os detidos, após várias horas sem notícias.
Das 127 pessoas detidas, 65 são estudantes.
A organização Human Rights Watch denuncia uma prática que faz recordar as piores épocas da junta militar.
A mãe de um dos líderes do protesto diz esperar que as pessoas rezem pelos detidos, “pelo seu sacrifício”. E acrescenta: “O governo deveria fazer o bem e não provocar o ódio das pessoas”. O pai de uma estudante adianta: “Para todos nós é inaceitável. Não deveria acontecer. Não é apenas a minha filha e os outros estudantes que foram espancados pela polícia, mas pessoas normais que pedem uma mudança no ensino para o bem de todos”.
Os protestos contra a reforma educativa, tida como antidemocrática, começaram em janeiro. Os estudantes reclamam a possibilidade de criar sindicatos e o ensino de línguas dos vários grupos étnicos do país.
A marcha estudantil, que partiu do norte do país, estava bloqueada há uma semana em Letpadan, a 120 quilómetros de Rangun. Na terça-feira, a polícia, incluindo agentes à civil, dispersou o protesto à bastonada.
A repressão foi denunciada a nível interno e internacional.
O governo birmanês anunciou a abertura de um inquérito, como pediam a oposição e organizações internacionais.