Democracia na Rússia está "sob cada vez maior pressão"

Democracia na Rússia está "sob cada vez maior pressão"
De  Isabel Marques da Silva com Lusa
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Os membros do Parlamento Europeu prestaram homenagem ao líder da oposição russo Boris Nemtsov, assassinado a 27 de fevereiro. Os eurodeputados também debateram os últimos eventos do regime vigente na

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Os eurodeputados prestaram homenagem ao líder da oposição russo Boris Nemtsov, assassinado a 27 de fevereiro, e debateram os últimos eventos do regime vigente na Rússia.

Durante a sessão plenária, esta quarta-feira, na cidade francesa de Estrasburgo, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que “quando analisamos o atual estado da democracia na Rússia, vemos que a liberdade de expressão está sob cada vez maior pressão”.

“Os partidos de oposição lutam pela sobrevivência e pelo acesso à imprensa. As últimas eleições parlamentares, em 2011, foram descritas – e cito – como “tendenciosas em favor do partido no poder “, pela OSCE”, acrescentou Federica Mogherini.

As autoridades russas detiveram cinco suspeitos e o regime de Vladimir Putin diz que se tratou de uma conspiração para desestabilizar o país.

A co-líder do partido dos Verdes, Rebecca Harms, questiona essa versão, dizendo que “não estou de todo convencida de que as autoridades russas sejam capazes de fazer uma investigação independente”.

“Muitos processos sobre assassinatos similares foram abertos mas nunca concluídos”, afirmou a eurodeputada alemã.

A comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros convidou para a sessão o antigo primeiro-ministro Mikhail Kasyanov, que agora co-liderava com Nemtsov uma coligação liberal.

Kasyanov disse à euronews que “o assassinato de Boris Nemtsov é classificado por mim e pelos meus companheiros como uma represália política. É muito importante para nós sentirmos esta solidariedade europeia”.

O polícia checheno Zaur Dadayev é o principal suspeito do crime, nomeado pelas autoridades russas como líder do grupo atacante.

Mas Dadayev já disse aos advogados e à imprensa que confessou o crime porque foi torturado pelos pelos agentes que o prenderam.

“Estive dois dias com algemas nas mãos, grilhões nos pés e um saco plástico na cabeça. A toda a hora, gritavam-me: ‘Tu mataste Nemtsov? Eu não dizia que não”, afirmou Zaur Dadayev numa entrevista ao jornal russo Moskovski Komsomolet.

Segundo a sua mais recente versão, aceitou confessar quando lhe prometeram que deixariam em liberdade o seu amigo e antigo companheiro num batalhão do Ministério do Interior da Chechénia, que foi detido com ele.

“Aceitei. Pensei que assim o deixariam a salvo e chegaria vivo a Moscovo”, explicou.

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