A reputação da Lufthansa sofreu com as revelações sobre o drama evitável da Germanwings, num momento em que a companhia aérea atravessa turbulências
A reputação da Lufthansa sofreu com as revelações sobre o drama evitável da Germanwings, num momento em que a companhia aérea atravessa turbulências financeiras.
A Lufthansa, casa-mãe da Germanwings, revelou, ontem, terça-feira, que Andreas Lubitz, o copiloto do A320 em causa, informou a escola de pilotos da Lufthansa, em 2009, que tinha atravessado um “episódio de depressão grave”.
Escola de voo da Lufthansa sabia sobre depressão de piloto: O piloto alemão que derrubou um avião na semana pa… http://t.co/Clrjny7TuL
— Weverton Souza (@nenembsp) 31 março 2015
A constatação põe em questão o processo de seleção dos pilotos numa empresa que se vangloria de formar os melhores pilotos do mundo, como garantiu o CEO, *Carsten Spohr, em conferência de imprensa.
O mesmo executivo declarou não ter o direito de revelar as razões dessa interrupção, o que o coloca numa posição delicada:
- Ele não somente passou em todos os exames e controlos como foi considerado 100% apto, sem qualquer restrição ou condição.*
Os atestados médicos rasgados, que lhe davam baixa, culpabilizam apenas um só homem.
*Foi o procurador de Düsseldorf, Christoph Kumpa, que tirou a conclusão:
- O facto de termos encontrado esses atestados médicos recentes, nomeadamente com data do dia do crime, sustenta a hipótese fundada nos primeiros exames, segundo a qual o defunto escondeu a doença ao patronato e aos colegas de trabalho.”
O caso afunda a invejável imagem de fiabilidade da Lufthansa, já afetada desde que se iniciou o ciclo de greves repetitivas, no último ano, como admite a porta-voz, Barbara Schädler:
- Felizmente, temos passageiros habituais. Apesar de termos sentido um declíneo nas reservas, a cada anúncio de greve, foi breve. De qualquer modo, a imagem foi afetada e ha que a recuperar o mais rapidamente possível.
(Imagem do Dia) Uma greve alemã: Os pilotos da Lufthansa estão novamente em greve. Contestam as alterações ao … http://t.co/0DKiZyhmdv
— RTP (@rtppt) 20 outubro 2014
O conflito custou à companhia mais de 230 milhões de euros em 2014, quando a Lufthansa tem, imperativamente, de reduzir os custos para fazer face à concorrência low-cost na Europa, e a novas companhias como as dos Emiratos Árabes e Turquia.