O governo turco promete reforçar a segurança no país após o sequestro de um magistrado num tribunal de Istambul, na terça-feira. A ação, reivindicada
O governo turco promete reforçar a segurança no país após o sequestro de um magistrado num tribunal de Istambul, na terça-feira.
A ação, reivindicada por um grupo radical de extrema-esquerda terminou com a morte dos dois sequestradores e do refém após o assalto das forças especiais, ao final de seis horas de negociações.
Os dois militantes, que teriam entrado no tribunal disfarçados de advogados, exigiam que o procurador revelasse a verdade sobre a investigação à morte de um manifestante que se tornara o símbolo dos protestos anti-governamentais de 2013.
Para o primeiro-ministro turco, o sequestro confirma a polémica decisão, aprovada há cinco dias pelo parlamento, de reforçar os poderes da polícia:
“Este incidente remete-nos para o debate recente sobre a necessidade de reforçar a segurança no país, sem pôr em causa as liberdades individuais. Durante as discussões de hoje decidimos investigar este incidente e tomar decisões em consequência de forma a tomar todas as medidas necessárias para que esta situação não se repita no futuro”.
O procurador Mehmet Selim Kiraz era o responsável pela investigação à morte do jovem manifestante de 15 anos, Berkin Elvan, cuja morte, às mãos da polícia, tinha-se tornado um símbolo da repressão do regime.
Quatro meses após o início da investigação nenhum polícia tinha sido inculpado pela ação.
Os sequestradores exigiam um processo justo e uma confissão pública por parte dos polícias envolvidos na ação.
O sequestro ocorre uma semana depois do parlamento ter aprovado uma lei polémica sobre a segurança que reforça os poderes da polícia. Uma legislação criticada pelos opositores do presidente Erdogan que, após a repressão dos protestos de 2013, denunciam uma nova “manobra autoritária” do regime.