Centenas de pessoas manifestaram-se, no sábado, nas ruas do Rio de Janeiro contra as mortes e o escalar da violência no Complexo do Alemão.
Centenas de pessoas manifestaram-se, no sábado, nas ruas do Rio de Janeiro contra as mortes e o escalar da violência no Complexo do Alemão.
A Secretaria de Segurança da cidade afirma que o Comando de Operações Especiais da Polícia Militar pode voltar a ocupar aquele conjunto de favelas. Em apenas dois dias morreram quatro pessoas, uma delas um menino de 10 anos.
De acordo com a polícia, a tragédia ocorreu quando, na quinta-feira, os agentes que patrulhavam as ruas foram “recebidos a tiros” por criminosos, uma versão contestada pelos moradores.
“Não pode um garoto de dez anos levar um tiro na cabeça, a mãe ter a massa encefálica a entrar na sala enquanto ela assistia a um programa na televisão e a sociedade não gritar!”, exclama um manifestante.
Para o diretor da Amnistia Internacional no Brasil, Átila Roque, “é preciso romper com o modelo militarizado. É preciso romper com o modelo de uma segurança pública seletiva, que escolhe alguns como cidadãos e outros como não cidadãos, uma segurança pública que criminaliza sobretudo o jovem negro da periferia. Nós não somos contra a polícia. A polícia, de certa forma, é vítima dessa mesma política de segurança.”
Na sexta-feira, durante um protesto pacífico, os manifestantes foram dispersados pelas autoridades que recorreram a gás lacrimogéneo.
A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, exigiu já uma investigação e afirmou querer ver os culpados julgados e condenados.