O aumento das desigualdades reduz as possibilidades de retoma económica. A conclusão de um relatório do FMI apresentado em fevereiro, tinha já surpreendido alguns economistas.
O tema voltou ao debate este sábado, em Washington, durante as conferências da Primavera organizadas pelo FMI e pelo Banco Mundial.
Segundo a OCDE as desigualdades salariais registam o maior pico dos últimos cinquenta anos nos países mais industrializados.
Para o secretário-geral da OCDE, Angel Gurria, é urgente resolver a situação:
“Sim é preciso abordar estes temas urgentemente. Há cada vez mais um consenso em torno do facto de que este tema é economicamente inconveniente e politicamente insustentável e é por isso que a situação tem de ser resolvida”.
Segundo a OCDE o rendimento médio dos cidadãos mais ricos é hoje quase 10 vezes superior aos salários da população mais pobre. Uma situação que se agudizou nos últimos 25 anos.
Para o ministro das Finanças argentino, Axel Kicillof, o combate às desigualdades é também uma medida de crescimento económico:
“Quando se combate a desigualdade e se investe na população com rendimentos mais baixos, o resultado é não só mais estado social mas também, em termos macro-económicos, o crescimento da procura”.
Uma posição que parece ser cada vez menos ideológica quando o relatório do FMI apresentado em fevereiro contrariava a “receita” da austeridade, defendendo uma melhor redistribuição dos rendimentos como forma de reatar o crescimento económico.