Burundi: Golpe militar surpreende presidente fora do país

Access to the comments Comentários
De  Euronews
Burundi: Golpe militar surpreende presidente fora do país

A vaga de contestação contra o presidente do Burundi obtém o apoio de parte dos militares que anunciaram, esta quarta-feira, ter demitido o chefe de estado, quando este se encontra fora do país.

Um grupo de altos comandos militares, liderado por um general próximo da oposição, anunciou igualmente a dissolução do parlamento e a formação de um governo provisório, tendo ordenado o encerramento das fronteiras para evitar o regresso do presidente:

“O presidente Pierre Nkurunziza foi retirado das suas funções, o governo foi dissolvido. Os ministérios vão funcionar a mínimos. Pedimos a todos os comandos regionais do exército, da polícia e a todos os governadores que se juntem a nós para reforçar a segurança para todos os cidadãos do Burundi”, afirmou o general golpista Godefroid Niyombare.

As tropas fiéis ao presidente controlam ainda a televisão pública, assim como o palácio presidencial, onde se registaram tiros esporádicos durante a tarde.

Milhares de pessoas celebraram, no entanto, na capital a “queda” do contestado presidente.

la foule euphorique se dirige place de l'independancele 3eme mandat s'est fini !!!!

Posted by Pierre Olivier Blanchard on Wednesday, May 13, 2015

A presidência do Burundi continua a negar a ocorrência de um golpe de Estado, quando a Organização dos Estados da África Oriental, reunida na Tanzânia, condenou a ação dos militares, apelando ao respeito da ordem constitucional no país.

Num comunicado, a presidência do Burundi considera a declaraçâo de golpe de estado como, “uma fantasia”, prometendo julgar todos os militares rebeldes.

Presente na reunião, o contestado presidente Nkurunziza, encontra-se agora impossibilitado de regressar ao país quando os golpistas encerraram o aeroporto de Bujumbura, atualmente controlado pelos militares rebeldes.

Nkurunziza estava no centro da contestação depois de ter anunciado a candidatura a um terceiro mandato nas eleições de junho. Uma decisão inconstitucional para a oposição que, até à hora do anúncio do golpe, prosseguia os protestos, violentamente reprimidos pela polícia.