De Mossul a Palmira: A guerra declarada à História

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A cidade histórica de Palmira data do século I d.c e foi classificada como Património da Humanidade pela UNESCO. A localidade milenar, durante

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A cidade histórica de Palmira data do século I d.c e foi classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.

A localidade milenar, durante séculos refúgio de caravanas da famosa Rota da Seda e considerada como a “Veneza” do deserto, tornou-se num dos alvos da campanha do grupo Estado Islâmico para destruir artefactos pré-islâmicos – um “extermínio cultural”, segundo a UNESCO.

De Mossul a Nimrud: a rota da destruição do EI

Desde o verão passado, com a conquista da cidade de Mossul, que os combatentes islamitas não hesitam em atacar-se ao património histórico das cidades sírias e iraquianas “conquistadas”. Em março, o grupo islamita divulgava um vídeo, cuja veracidade é contestada desde então, com imagens da destruição de vários artefatos no museu de Mossul.

Dias depois, o EI reivindicava igualmente a demolição de vários monumentos da cidade de Nimrud, no norte do Iraque, entre os quais os túmulos reais, descobertos nos anos 80 e igualmente classificados como Património da Humanidade pela UNESCO.

Um ataque que, para os arqueólogos se poderia comparar, em gravidade, à destruição do Coliseu de Roma. Edificada no século 612 d.c., Nimrud era a segunda maior cidade do reino Assírio, um dos maiores poderes regionais da antiguidade no Médio Oriente.

Na “capital” do autoproclamado grupo Estado Islâmico, Mossul, desde junho passado que os combatentes publicam regularmente vídeos, a par das imagens de execuções de reféns, para reivindicar a destruição de igrejas, túmulos e imagens cristãs na cidade.

Em julho de 2014, os combatentes islamitas afirmavam, com as imagens como única prova, terem destruído o túmulo do profeta bíblico Jonas, em Mossul.

No início de Abril, o grupo reclamava igualmente ter demolido a cidade histórica de Hatra, no norte do Iraque (a 110 Km a sul de Mossul), construída há mais de 2.000 anos.

Nós temos que salvar Palmira

O apelo da diretora-geral da UNESCO ressoou nos meios de comunicação social. Para Irina Bokova, que tinha considerado já os anteriores ataques do EI contra o património arqueológico sírio e iraquiano como um crime de guerra, “o sítio histórico representa um tesouro insubstituível para o povo sírio e para o mundo. Apelo a todas as partes em conflito para que protejam a cidade e façam todos os esforços possíveis para evitar a destruição da localidade”.

Entre os monumentos mais importantes de Palmira encontra-se o Templo de Baal, santuário dos deuses de Palmira, as ruínas de um teatro público e uma rua ladeada por várias colunas.

A cidade antiga, considerada como um dos mais importantes centros culturais da antiguidade, tinha já sofrido alguns danos, entre fevereiro e setembro de 2013, quando grupos de rebeldes controlavam a área. Os combates com o exército sírio teriam provocado algumas fissuras no templo de Baal, na sequência de tiros de artilharia.

Se antes do conflito, em março de 2011, Palmira era um dos principais destinos turísticos na Síria, hoje a cidade é um dos seis sítios arqueológicos sírios classificados pela UNESCO em risco de destruição, juntamente com as cidades velhas de Alepo, Damasco e Busra, o Crack dos Cavaleiros e as aldeias antigas do norte do país.

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