O tribunal de Catânia, no sul de Itália, confirmou esta terça-feira a aplicação de medidas cautelares contra Mohamed Ali Malek e Mahmud Bikhit. Após a aceitação dos testemunhos de sobreviventes entre os migrantes ilegais que tentavam chegar à Europa, os dois foram constituídos suspeitos de terem sido responsáveis pelo trágico naufrágio de 18 de abril, que terá feito mais de 800 mortos ao largo da Líbia.
“É verdade que encontrámos migrantes no porão e que algumas escotilhas estavam fechadas. Mas estavam fechadas para permitir que outras pessoas pudessem aceder à ponte do barco porque as pessoas estavam todas amontoadas dentro da embarcação. Mas não estavam trancadas como se pensou”, revelou o procurador Giovanni Salvi.
A marinha italiana revelou, entretanto, fotografias do barco naufragado, do qual para já não há previsão de que vá avançar uma operação para recuperar os corpos das vítimas do naufrágio que estariam presas no porão.
The U.N. called the migrant crisis in the Mediterranean “a tragedy of epic proportions.” http://t.co/6RENpTz0o1pic.twitter.com/DKsEahhfMP
— New York Times World (@nytimesworld) 18 maio 2015
Este foi o pior naufrágio dos últimos anos ocorridos no Mediterrâneo e aquele que mais contribuiu para os mais de 1800 migrantes ilegais que perderam a vida, só este ano, a tentar cruzar o mar entre o norte de África e a Europa. Mais de 50 mil terão, ainda assim, conseguido chegar à Europa, dos quais 30 mil através da costa italiana.