O fracasso do golpe de Estado no Burundi não pôs termo à vaga de protestos contra a decisão do presidente de se apresentar a um terceiro mandato
O fracasso do golpe de Estado no Burundi não pôs termo à vaga de protestos contra a decisão do presidente de se apresentar a um terceiro mandato.
Centenas de manifestantes voltaram a envolver-se em confrontos com a polícia junto ao parlamento de Bujumbura, no mesmo dia em que o chefe de estado apresentava um novo governo, remodelado de urgência.
Pelo menos duas pessoas morreram e dezenas ficaram feridas quando a polícia recorreu a balas reais para dispersar o protesto.
Desde o início das manifestações, há 26 dias, que 20 pessoas morreram nos protestos quando alguns analistas temem que a repressão dos protestos possa provocar uma nova guerra civil.
“Esta pessoa foi morta à nossa frente, nós pedimos a Barack Obama e ao resto do mundo para que acordem e reajam, pois precisam de parar este presidente”, afirma um manifestante.
“Estas coisas não deviam acontecer. É preciso travar estas ações, o Burundi quer paz”, retorque outra manifestante.
O presidente Pierre Nkurunziza apelou ontem ao fim dos protestos, depois de ter reafirmado que vai apresentar-se a um terceiro mandato nas eleições de junho.
Uma decisão inconstitucional para a oposição, quando a nível internacional, a Bélgica anunciou a intenção de suspender a ajuda económica ao país, orçada em cerca de 50 milhões de euros, caso Nkurunziza mantenha a candidatura.