“Um Pombo Pousou num Ramo a Refletir na Existência”. Este título longo resume bem o universo de Roy Andersson. Quanto ao argumento do filme, é muito
“Um Pombo Pousou num Ramo a Refletir na Existência”. Este título longo resume bem o universo de Roy Andersson. Quanto ao argumento do filme, é muito difícil, quase impossível, resumi-lo.
A partir de uma série de planos gerais filmados com uma câmara fixa, o realizador sueco desenvolve, calmamente, uma reflexão introspetiva e absurda sobre a morte e a vida.
O trabalho dos atores é particularmente interessante. De forma teatral e por vezes burlesca, as personagens incarnam uma série de cenas que nos fazem lembrar os universos de Otto Dix e Georg Scholz. O registo é, ao mesmo tempo, divertido, sinistro, macabro, anacrónico e excêntrico.
Esta forma de ‘desespero escandinavo’ acaba por seduzir-nos, tal como seduziu o júri da última Mostra de Veneza, que recompensou o filme com um Leão de Ouro.
O filme estreia em Portugal a 25 de junho e faz parte de uma trilogia iniciada pelo autor há 15 anos.