Comissão Europeia propõe que UE acolha 40 mil refugiados

Comissão Europeia propõe que UE acolha 40 mil refugiados
Direitos de autor 
De  Euronews
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button

Duas semanas depois da apresentação da Agenda para a Migração, a Comissão Europeia propôs, esta quarta-feira, que ao longo dos próximos dois anos os

PUBLICIDADE

Duas semanas depois da apresentação da Agenda para a Migração, a Comissão Europeia propôs, esta quarta-feira, que ao longo dos próximos dois anos os Estados-membros da União Europeia (UE) acolham 40 mil refugiados, provenientes de regiões como a Síria ou a Eritreia, e que chegaram a Itália e à Grécia a partir de 15 de abril.

A proposta contempla futuras chegadas que se verifiquem no prazo de dois anos.

À luz do mecanismo de realocação Portugal poderá receber 1.701 refugiados. Os Estados-membros que mais refugiados deverão acolher são a Alemanha (8.763), França (6.752) e Espanha (4.288). De fora da contas estão o Reino Unido, Irlanda e Dinamarca, que beneficiam de cláusulas de exceção nos tratados europeus.

“O mecanismo de realocação proposto nesta decisão constitui uma partilha justa de um fardo entre Itália e a Grécia, por um lado, e por outro, entre os Estados-membros que também são convidados a contribuir”, disse Dimitris Avramopoulos, o comissário europeu para a Migração, Assuntos Internos e Cidadania.

Aspasia Papadopoulou, do Conselho Europeu para os Refugiados e Exilados, aplaude a ajuda a países como Itália e Grécia, mas lembra que isso não os exime de obrigações: “A Grécia e Itália não podem deixar de exercer responsabilidades na receção, na assistência e em garantir proteção. Porque estes 40 mil refugiados são apenas uma parte do resto que chegará a Itália e à Grécia. Temos os meses de verão pela frente e chegarão milhares de pessoas.”

Um dos planos de ação da União Europeia, para fazer frente ao problema, passa por uma missão naval com vista a destruir embarcações de traficantes de pessoas.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Ban Ki-moon, alerta, no entanto, para as consequências de uma ação drástica: “Quando se considera destruir estes barcos, pode terminar-se, eventualmente, por privar aquelas pessoas mesmo dos meios bastante limitados de que dispõem.”

Para entrar em vigor, a proposta do executivo comunitário terá de ser aprovada por maioria qualificada no Conselho da União Europeia. O Parlamento só será consultado.

O sistema de instalação temporária de refugiados também faz parte da Agenda para a Migração. Contempla a reinstalação de 20 mil pessoas que se encontram em situação de emergência em regiões como o norte de África, Corno de África e Médio Oriente.

Neste caso, Reino Unido, Irlanda e Dinamarca já entram nas contas. A Alemanha (3.086), França (2.375) e o Reino Unido (2.309) seriam o países a ter de acolher mais refugiados. Portugal poderá receber 704 pessoas.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

Imigração: um sonho chamado "Europa"

Cartoons: "é a rir que se castigam os costumes"

Como gere a UE a migração e quais as condições de acolhimento que oferece?